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Nem tudo mudou

Você provavelmente nunca ouviu falar de Sólon, político grego que deu seu último suspiro há mais de 2 mil anos. Mas deveria. Sólon é considerado um dos pais da democracia porque decidiu que os postos mais importantes do governo deveriam ser ocupados apenas pelos cidadãos mais ricos. Não, você não leu errado, é isso mesmo: quanto mais alto fosse o cargo, mais dinheiro precisava ter o sujeito que quisesse ocupá-lo. Não parece o sistema mais democrático do mundo (e não é), mas antes disso os cargos políticos passavam praticamente de pai para filho, e nem mesmo os milionários da velha Atenas podiam participar do governo se não ostentassem um sobrenome importante.

Na teoria, o sistema de Sólon pelo menos dava a qualquer um a oportunidade de governar — bastava enriquecer. Mas, na prática, o governo continuava formado por meia dúzia de homens endinheirados, exatamente como era antes.

De lá para cá, quase tudo mudou: Galileu foi condenado por afirmar que a Terra girava ao redor do Sol; Edison inventou a lâmpada e o direito ao voto tornou-se universal. Mas pelo menos uma coisa continua quase igual: com algumas honrosas exceções, o governo ainda é basicamente formado por meia dúzia de homens endinheirados.

Mas não é só isso, eles são voláteis e mudam de opinião conforme o vento. Quando estão no poder pensam de uma maneira,  quando na oposição mudam completamente o raciocínio.

Para eles o que importa e estar lá. Impunes, imunes e impecáveis.

E como fica o eleitor? Bem, o eleitor fica na posição que sempre ficou,  só escolhe que vai mandar, paga a conta e nada mais.

Literalmente é o empregado mandando no patrão.

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