ESPERANDO O TREM PASSAR!

Li que um paquistanês de 22 anos, casado, fora na noite de um sábado até a casa de uma prima, sua amante, também casada e mãe de dois filhos. Ao entrar na casa em que dormiam parentes da prima noutros cômodos fizera tanto barulho que os acordou. A prima o obrigou a se esconder num grande baú que fora trancado com cadeado. Minutos depois, sentindo-se asfixiado começara a gritar, mas como ninguém abriu o baú morreu sufocado 15 minutos depois.

Conto-lhes esta depois de saber e de ler tantos causos envolvendo adúlteros escondidos debaixo de camas, em guarda-roupas ou pendurados em janelas do segundo andar pra cima. A fábrica de móveis personalizados começara a receber reclamações de que um guarda-roupa feito sob encomenda, rangia quando passava o trem há uns duzentos metros do local onde se localizava a residência dos clientes. A empresa enviou um de seus profissionais que apertou e trocou parafusos, aqui e ali, regulou portas, lubrificou dobradiças e fechaduras.

Novas reclamações com ameaças de devolução do móvel, denúncias ao PROCON e novas idas dos marceneiros sem resolver o problema. Até que um deles expôs por telefone uma idéia à proprietária da casa: Vou entrar no guarda-roupa, a senhora fecha a porta e eu aguardo quando o trem passar e assim identificar onde e como aparece este rangido. Creio que solucionaremos o problema. Dito e feito, pouco antes das quatro da tarde, horário em que o trem passava naquele bairro o profissional chegou ao endereço da casa com o móvel defeituoso, pediu licença e foi levado ao quarto do casal. Deixou os chinelos tamanho 44 e o boné no chão sobre o tapete, entrou no guarda-roupa e a senhora empurrou a porta. Nisso chega o marido sem qualquer aviso e dirige-se ao quarto em busca duma toalha e roupas limpas, pois teria reunião com o presidente da empresa no final do expediente. Estranhou os chinelões enormes e o boné sobre o tapete, e sem pedir explicações abriu a porta do guarda-roupa e ouviu de um pálido, assustado e trêmulo profissional de marcenaria: O Senhor pode até não acreditar, mas eu estou aqui esperando o trem passar. Confesso que não sei como terminou esta história.

 

Deixe um comentário