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O DEGUSTADOR DE VINHO

Sempre admirei os profissionais da degustação que têm paladar apuradíssimo e assim são capazes de determinar a qualidade de um produto, principalmente o café e o vinho. Esta admiração levou-me a lhes contar esta:

Uma famosa vinícola da serra gaúcha pagava o maior salário da região para o degustador dos vinhos que produzia e tinha o profissional como alguém muito importante pelo sucesso da empresa que vendia não só para o mercado nacional como exportava suas safras. Seus vinhos eram considerados iguais e até melhores do que os franceses, italianos, alemães e chilenos. O velho degustador que havia trabalhado na empresa durante décadas havia falecido e o proprietário começou a buscar alguém que fizesse o trabalho. Além de anunciar em jornais e revistas, mandou fixar cartazes em locais de frequência pública divulgando inclusive o polpudo salário que receberia o candidato que passasse nos testes, condição indispensável para ser contratado. Dizem que um velhote, jeito de antigo malandro, bêbado e mal vestido, se apresentou para solicitar o lugar. O proprietário, que não gostou do candidato, se perguntava como podia livrar-se dele. Então, na presença de outros dirigentes e sócios da empresa, mandou dar-lhe um copo de vinho para ele testar. O velhote provou e disse:

– É um Moscatel de três anos, elaborado com uvas colhidas na parte norte da região, guardado em um barril inox. É de baixa qualidade, porém, aceitável”.

– Correto, disse o chefe. Outro copo por favor.

– É um Cabernet, safra 2008, com uvas colhidas nas encostas ao sul da região, guardado em barril de carvalho americano a 8 graus de temperatura. Ainda faltam uns três anos para que alcance sua mais alta qualidade.

“Absolutamente correto”. Um terceiro copo.

– É um espumante elaborado com uvas chardonnay, completada com 15% pinot noir, de alta qualidade e exclusivas, disse o bêbado.

O proprietário não acreditava no que estava vendo e fez um sinal com os olhos para sua secretária e pediu a ela que fizesse algo. Ela saiu da sala e regressou com um copo de urina. O malandro provou e, calmamente, disse:

– É urina de uma ruiva de 26 anos de idade, com três meses de gravidez e se não me derem o emprego, digo quem é o pai!”

Com certeza o velhote foi encaminhado ao Departamento de Recursos Humanos para assinar o contrato de emprego.

OS. Dedico a coluna ao amigo Jaime Spazzini, gaúcho de Aratiba e apreciador de bons vinhos.

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