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Caros leitores esta semana em minhas redes sócias conversei muito sobre este assunto, confesso que fiquei feliz em observar como as pessoas estão se movimentando no sentido de buscar ajuda e se conscientizar mesmo minimamente sobre saúde mental e seus impactos no cotidiano. A síndrome da impostora dialoga com vários aspectos do cotidiano da vida feminina com preconceitos, inclusive o de gênero, mais também sobre os limites pessoais estabelecidos. De modo geral, essa síndrome está diretamente relacionada às ideias que o patriarcado construiu sobre a figura da mulher, também é fruto do impacto das crenças ligadas a desvalor e críticas excessivas que recebemos na infância, e pôr fim a auto sabotagem que desenvolvemos, para evitar a todo custo nos confrontar com nossas limitações e resolver nossos dilemas. Dessa maneira, a síndrome da impostora não reforça apenas o impacto psicológico que o machismo pode causar.
A especialista em síndrome do impostor, Valerie Young em seu livro “Os pensamentos secretos das mulheres” categoriza cinco subgrupos com características padrão de pessoas que sofrem com o sentimento de “ser uma impostora”. Dentro dessa perspectiva pergunto: Qual impostora você é?
1. A perfeccionista
Para os perfeccionistas, o trabalho deve ser 100% perfeito o tempo todo. Não há espaços para erros, as expectativas para os resultados acabam sendo tão altas que se tornam irreais e nenhuma conquista é digna o suficiente de ser celebrada. Além disso, elas possuem dificuldades para delegar tarefas, mesmo quando podem fazer isso, porque acreditam piamente no lema “quer bem feito? então faça você mesmo”. Entretanto, as consequências desse tipo de atitude são altos níveis de estresse, burnout e queda da autoconfiança, já que o trabalho que ela mesmo desempenha nunca é bom o bastante.
2. A super-heroína
São as “workaholics” que acreditam que qualquer tempo não dedicado ao trabalho, é uma perda. Se esforçam para mostrar que estão produzindo, na tentativa de provar que são dignas da posição ou do cargo que conquistaram. Estão sempre em busca da validação do seu trabalho através de outros e não conseguem medir por si mesmas os impactos de suas ações. Ou seja, o que as atrai no trabalho não é o prazer de realizá-lo, mas o reconhecimento que vem de outras pessoas, enquanto elas tentam fazer de tudo para provar que não são farsas.
3. A gênia
São aquelas que possuem expectativas tão altas quanto as perfeccionistas, porém elas medem a própria competência baseadas no quão rápido elas podem aprender algo ou conseguem acertar algo de primeira. Caso isso não ocorra, o sentimento de vergonha faz com que elas deixem de tentar, acreditando que não serão boas naquilo e porque não querem admitir a “derrota”.
4. A instrumentista
Nesse caso, são aquelas que se recusam a pedir ajuda, já que acreditam que devem provar o seu valor sozinhas e que o envolvimento de outros pode apontar uma fraqueza.
5. A especialista
Essas medem seu valor baseadas ‘no que’ e ‘no quanto’ sabem sobre algum assunto, vivendo constantemente com o medo de serem expostas como inexperientes ou com conhecimento insuficiente. Ou seja, apesar de estarem sempre buscando aperfeiçoamento e por mais informações, nunca é o suficiente. Não saber algo pode ser considerado uma quebra, que culmina no sentimento de impostor.
Para encerrar lembro que o objetivo com esses apontamentos não é estabelecer diagnósticos, mais sim convidar a reflexão: Você precisa continuar assim? Quais são suas reais habilidades? E as fraquezas? Porque insistimos em esconde-las? Penso que a fragilidade não nos torna menos capazes, ou enfraquecidos, apenas nos revela humanos. Pense nisso.
Te espero na terapia.
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