Aprenda a desapegar!
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Ao longo do caminho de nossa vida, deixamos muitas coisas para trás: lugares, situações, costumes e, inclusive, pessoas no passado. Entendo que isso pode causar dor e sofrimento. Muitos dos pacientes carregam verdadeiros fardos emocionais negativos por não compreenderem que não podemos mudar as pessoas, nem as obrigar a querer o nosso desejo…
É difícil compreender e assumir que viver é muitas vezes cortar vínculos e ficar com as mãos vazias, perder o que em algum momento nos trouxe muitas alegrias e esperanças. Isso é algo muito difícil e doloroso. Porém, em se tratando de saúde mental, é essencial. Quanto antes assumirmos, mais preparados estaremos para superar esses momentos, essas encruzilhadas de caminhos em que olhar para trás é apenas se apegar ao que não pode mais ser. Viver nostalgias pontuais é enriquecedor e inspirador, mas reviver de forma perpétua as recordações e as coisas que já deixamos ir faz com que deixemos de permitir o crescimento. Na verdade, encalha e impede o caminho, como pedras que, uma vez ou outra, causam dor e sofrimento.
Em algumas ocasiões, o que deixamos ir já foi algo em que confiávamos em certo momento, e que em muitos casos nos fez feliz. Alegrias, amor e esperança de antes explicam a dor de depois, e também a dificuldade para compreender que é melhor se desprender da pessoa ou situação. O tempo me fez entender que deixar ir não é desistir, não é um ato de fraqueza, mas sim de força e crescimento. Porque, ainda que doa deixar ir compreender que há coisas que fogem ao nosso controle e existem aspectos de nossa vida que, para serem superados, precisam, primeiro, ser aceitos. Deixar ir certas coisas para que outras oportunidades cheguem e te surpreendam é a dinâmica e a beleza de viver.