Na última sexta-feira dia 1º de dezembro celebrou-se o Dia Mundial de Combate a Aids, isso acontece no Brasil desde 1988, depois que em 1987 a Organização das Nações Unidas (ONU), instituiu esse dia, ou seja, há 29 anos esse dia é lembrado; há aproximadamente 40 anos a Aids foi descoberta no mundo, há mais de 30 anos o Brasil começou sua ampla campanha de prevenção e tratamento e ainda assim nos deparamos com alarmantes números como esses:
Nos últimos 10 anos aumentou 85%, a contaminação entre os jovens de 15 a 24 anos…hoje o Brasil tem 830 mil pessoas contaminadas…
O que me impressiona e me leva a reflexão é: Porque o jovem tem sido mais atingido, se logo ele é o detentor de todas as informações?
Só consigo ter como resposta o fato de não terem vistos e nem convivido com as vítimas da AIDS. Esses jovens nasceram quando o Brasil já havia se destacado pela ampla distribuição dos antirretrovirais, que transformou a Aids em doença crônica ao invés de letal, onde muitos contaminados nem chegaram a ser aidéticos e sim HIV positivo, ou seja, portadores do vírus, o que de certa forma ‘camuflou a cara da Aids’, o que quero dizer é que, o HIV positivo passou a ser uma pessoa aparentemente saudável, mas se não fosse mentalmente saudável a ponto de ter a consciência de seu estado, poderia contaminar muitos outros.
O outro aspecto dessa contaminação dos adolescentes e jovens acredito ser pela liquidez que se tornou essa geração, onde tudo é fluido, como eles dizem ‘a fila anda’, ou seja, há um fluxo continuo de sentimentos, prazeres e relacionamentos, onde a aparência é a primazia, já que um maior conhecimento exige tempo, e disso eles não querem usufruir.
O que nos resta? É continuar comunicando a esses jovens a realidade dessa doença, é alertá-los apesar da pouca atenção recebida, é fazê-los compreender que a afirmação ‘nada a ver’ em relação a Aids, é no mínimo imprudente, pois tem muito ‘a ver’, senão os números não seriam tão alarmantes nessa geração.
Essa geração por achar que sabe tudo, se tornam ignorantes, pois privam-se de um dos maiores prazeres da vida que é o de aprender. E aprender com os erros dos outros é um claro sinal de sabedoria.