Quantas mulheres hoje estão sufocadas dentro de si mesmas, por não conseguirem ter sua voz ampliada, seus sentimentos expressos, sua opinião respeitada, sua postura e comportamentos aceitos, ou seus objetivos e metas acolhidos, ainda que esses não se enquadrem nos padrões pré-estabelecidos. Isto me fez lembrar de uma crônica:
Um homem plantou uma rosa e passou a regá-la constantemente.
Antes que ela desabrochasse, ele a examinou e viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou espinhos sobre o talo e pensou,
Como pode uma flor tão bela vir de uma planta rodeada de espinhos tão afiados? Entristecido por este pensamento, ele se recusou a regar a rosa e, antes mesmo de estar pronta para desabrochar, ela morreu.
Muitas mulheres estão se ‘deixando morrer’ ainda que não fisicamente, mas por não aceitarem seus ‘espinhos’, que nada mais são que: suas falhas, seus defeitos, seus medos, suas fraquezas, enfim seu lado não tão belo. E para sucumbirem esses espinhos acabam criando uma identidade alheia à sua própria, uma identidade padronizada, estabelecida de acordo com os estereótipos aceitos na sociedade.
Vejo mulheres que nem se reconhecem mais, pois sua autenticidade foi tão escondida, a fim de se adequar ao que é devidamente aceitável, que acabaram não só escondendo seus espinhos, mas se deixando morrer sobre uma aparência adequada aos padrões.
São rosas sufocadas, são rosas sucumbidas em sua beleza, em seu perfume, são rosas que foram enxertadas pelos padrões e que mudaram as suas reais características, portanto hoje não conseguem mais perceber o que é verdadeiro em si mesmas. Sua beleza, seu perfume, sua existência, tudo foi alterado, mas o mais importante para elas, os espinhos foram escondidos.
Mulheres assim, precisam entender que nossos defeitos, (nossos espinhos), fazem parte de nós. E quando aprendemos a lidar com eles, a aceita-los, também conseguimos fazer com que as pessoas a nossa volta, consigam ver nossa beleza, além dos espinhos aparentes. São esses espinhos que especializam as pessoas que nos amam a lidar conosco. Essas pessoas nos enxergam além deles, elas nos aceitam apesar deles, elas nos acolhem mesmo com eles, para tanto é necessário que a mulher se aceite primeiro.
Somos mulheres que como as rosas temos a beleza exterior, temos a beleza interior, exalamos o perfume da feminilidade, contudo temos a parte perigosa e não tão agradável em nós, os nossos espinhos, mas que fazem parte da nossa existência e não são suficientes para tirar o nosso encanto.
Valorizemos a beleza da rosa que há em nossa alma, não desprezando os espinhos que fazem parte dela.