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CARNAVAL – FESTA DA FANTASIA

Curiosidade sobre o uso de fantasias no carnaval, onde se inverte papéis e de forma criativa tenta-se ser o outro.

Na antiga Babilônia, duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como carnaval. As Saceias eram uma festa em que um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.

O outro rito era realizado pelo rei nos dias que antecediam o equinócio da primavera, período de comemoração do ano novo na região. O ritual ocorria no templo de Marduk, um dos primeiros deuses mesopotâmicos, onde o rei perdia seus emblemas de poder e era surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono. (Fonte: escolabrasil.uol.com.br)

Refletindo sobre essa inversão de papéis, o que vemos hoje no carnaval, é mais uma tentativa de se viver um personagem do que propriamente se colocar no lugar do outro, e em nome da diversão ser diferente do que se é no dia a dia. Na interpretação é possível ‘dar asas à imaginação’ e extravasar pensamentos e sentimentos usando o personagem.

Sem julgamento ou exposição de minha opinião em relação ao carnaval, quero simplesmente refletir na entrada das pessoas nesse mundo da fantasia, gerando o desejo de ser diferente do que de fato é.

O problema é quando isso sai do âmbito do carnaval e vem para o cotidiano e então a pessoa vive um personagem no seu habitual, tentando ser o que não é, e vive interpretando o tempo todo. Isso pode tornar-se patológico.

Crianças vivem muitos personagens, passam muito tempo no mundo da fantasia, mas é uma fase, e passa, porém, se demorar demais a passar, deve ser observado e tratado com um profissional que vai estruturar o mundo real para essa criança, que está presa num mundo de fantasia.

E quando isso acontece no adulto, igualmente deve ser tratado, pois a realidade é para ser vivida, e não ignorada, ou mascarada sobre outra ótica, temos que nos aceitar da forma que somos e quem somos.

O autoconhecimento nos proporciona a auto aceitação, pois no momento que você tem clareza sobre as suas contingências, você busca ultrapassar os limites, se desafiar mais, e busca assim, o aprimoramento desse eu, aceitando que ele está em constante processo de transformação. Quando a pessoa não se conhece profundamente ele tende a não se aceitar bem, e se acomoda nutrindo uma constante insatisfação consigo mesmo.

Não adianta nos ‘fantasiarmos’ na vida de algo que não somos, pois isso não traz nenhuma felicidade, a não ser a alegria temporária no carnaval, para aqueles que curtem essa festa da fantasia.  

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