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O amor gera ansiedade?

Caro leitor, como vai? Por aqui a semana foi intensa. Olha, um dos assuntos mais recorrentes no consultório foi a dinâmica dos relacionamentos, pais e filhos, desilusões amorosas, a chegada de um novo amor, tudo isso misturado com uma boa dose de crises de ansiedade. Os pais antecipando o futuro dos filhos, os amantes repletos de expectativas. Cada um à sua maneira.

Diane disso, posso confirmar o que a neurociência e as teorias antropológicas já descobriram: somos programados para estabelecer relações conectivas com o outro. Nascemos para nos conectar, nos unir a outro, não somente em relacionamentos conjugais, mas um aspecto mais abrangente das várias formas de amar. Porém, todas essas relações interpessoais são construídas com base nos contextos familiares e sociais que estamos inseridos.

Essa convivência familiar e social nos dá exemplos de afetos e todo esse aprendizado tem o poder de “esculpir” nosso modelo de conexão com o outro. Quando falo de afeto, refiro-me ao mais famoso deles: o amor. Considero o amor algo capaz de conectar o que há de mais profundo entre um ser e outro. Porém, o amor é um processo funcional, que está totalmente ligado a movimentos de amadurecimento pessoal, fortalecimento de vínculos, compartilhamento, aconchego, solidariedade. Portanto, o amor é aprendido, construído e fortalecido.

Concluo com um convite a uma reflexão. Sabemos reconhecer no outro aquilo que nos falta? O amor verdadeiro guarda em si um caráter construtivo e por ser assim tem a capacidade de despertar no outro o que há de melhor. A grande questão do caráter debilitante da ansiedade nas relações afetivas é que duas partes envolvidas se amam mais, cada um de acordo com seu ponto de vista, e ambos esquecem que na vida há um tempo para tudo: plantar, crescer, colher, experimentar, acertar, errar, cair levantar etc. E é essa ciranda que promove o amadurecimento e a beleza do viver e, mais ainda, neste cirandar, nosso controle é limitado.

No amor e na vida cabe aceitação. Quanto mais cedo se aprende, melhor, penso eu. É como andar em corda bamba, mas com o coração alegre, a alma em paz e acompanhada.

Até a próxima…

Nézia Santos.

Psicóloga clinica

CRP: 08/31716

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