A COMPETIÇÃO

Eram dois grupos de jovens de comunidades religiosas diferentes. A competição era constante. Cada coordenador procurava evidenciar o seu grupo juvenil.

Competiam em jogos de futebol, em maratonas de conhecimentos bíblicos.

Certo dia, um dos grupos estudava o capítulo treze do Evangelho de João, aquele que narra o episódio de Jesus lavando os pés dos discípulos.

O coordenador achou muito oportuno pedir aos jovens que saíssem e encontrassem uma maneira prática de ajudar alguém.

Para isso, os dividiu em cinco equipes e lhes recomendou: Quero que vocês sejam como Jesus, nesta cidade, durante as próximas duas horas. Imaginem: se Jesus estivesse aqui, o que Ele faria por este povo?

Entusiasmados, saíram os jovens. Duas horas passadas e eles retornaram à sala de estudos para relatar o que tinham feito.

Uma equipe disse que trabalhara durante aquele período, na limpeza do jardim de um senhor idoso, que morava sozinho.

Outra equipe relatou que visitara um membro da comunidade que se encontrava hospitalizado. Além da presença, levaram um cartão para alegrá-lo.

A terceira equipe informou que comprara sorvetes e os servira a algumas crianças pobres.

A quarta se dirigira a uma casa de repouso e cantara cantigas natalinas. Bom, o mês era agosto.

Mesmo assim, os internos apreciaram muito o recital. Houve até um senhor que comentou que aquele Natal, em pleno agosto, era o mais feliz de sua vida.

A cada relato, o coordenador exultava e elogiava a iniciativa.

Entretanto, quando a quinta equipe disse o que fizera, houve uma exclamação de espanto geral.

Esse grupo visitara a comunidade rival e perguntara ao coordenador de lá se ele conhecia alguém que precisava de ajuda.

Ele os encaminhara à casa de uma senhora que vivia só. Ela precisava de muitas coisas.

Então, durante duas horas, eles varreram as folhas do quintal, apararam a cerca viva, cortaram a grama.

Quando terminaram e foram se despedir da dona da casa, ela agradeceu dizendo: Eu não sei o que faria sem sua ajuda. Vocês, desse grupo de jovens do bairro estão sempre vindo aqui para me socorrer.

Grupo de jovens daquele bairro? Interrompeu o coordenador. Espero que vocês tenham dito a ela a que grupo pertenciam.

Por quê? – Perguntou um dos jovens. Nós não dissemos nada. Achamos que não era importante.

Naquele momento, todos compreenderam que aquela equipe entendera verdadeiramente o significado de servir; de dar-se, anonimamente, sem se importar com agradecimentos, elogios ou qualquer outra deferência.

De todas as equipes, aquela fora a que melhor interpretara, com seu gesto, o exemplo do Modelo e Guia da Humanidade, Jesus.

*   *   *

Eu vim para cumprir a vontade de meu pai que está nos céus, afirmou o Mestre de Nazaré.

E estou no meio de vós, como aquele que serve.

Seja Jesus, em toda circunstância, nosso Modelo e Guia.

Deixe um comentário