ENTRE O BERÇO E O TÚMULO

Muitos defendem a ideia de que tudo na vida é passageiro, e que devemos aproveitar bem as oportunidades porque não duram para sempre.

Com ilusórios lances de sabedoria afirmam:

Nossa vida na Terra se limita ao tempo que vivemos entre o berço e o túmulo. O berço nos recebe rodeados de sonhos, sorrisos e esperanças. O túmulo guarda a despedida cheia de lágrimas.

Esta forma de pensar impede de vermos que nesse intervalo vivemos literalmente ligados ao corpo físico, e sempre às voltas com as peripécias materiais.

Como nosso cérebro atual não traz registros anteriores ao presente, acreditamos que esta seja a única e verdadeira vida.

Daí, investirmos toda capacidade interior em conquistas materiais, toda a energia em prazeres fugazes.

Mal percebemos que o que julgamos valioso é, na verdade, passageiro.

Deixamos de acreditar naquilo que não vemos, e que, embora não palpável, é eterno.

Acabamos avaliando, superficialmente, o sentido da vida.

Vejamos que ao valorizarmos os monumentos materiais que ficam na História, nem sempre entrevemos as ideias e os pensadores que planejaram tais feitos.

Com o tempo, porém, por ser matéria, essas obras serão destruídas e retornarão ao pó.

Já o sonho de realização, a ideia que os concretizou, alimentam almas que se dignificaram com sua criatividade.

Um exemplo: A acrópole de Atenas, admirada por milhões de olhos, vai desaparecendo, pouco a pouco, entretanto a cultura grega que a produziu é imortal na glória terrestre.

Observemos nossa indumentária física. Quando menos esperamos, a infância risonha e a mocidade colorida ficam para trás.

A madureza, com as suas responsabilidades, e a velhice, com seus desgastes no corpo físico, nos tiram o viço e a disposição.

Mas, nossa essência espiritual permanece.

Importante analisarmos melhor a vida. Limitarmos nosso viver apenas em função das coisas materiais é muito pouco, quase nada.

Os bens materiais são indispensáveis para a nossa manutenção física, bem como para manter aprendizados e aperfeiçoamentos enquanto aqui vivemos.

Precisamos compreender que embora o corpo material tenha que voltar ao pó, o Espírito permanece vivo, levando consigo tudo quanto aprendeu no decorrer desse período.

Daí a necessidade de valorizar a oportunidade de aprendizado e as experiências enriquecedoras que adquirimos neste percurso, porque estas ficarão em nós, Espíritos imortais.

Os bens materiais, que lutamos insanamente para adquirir, almejando serem para sempre nossos, não o serão.

As terras que acumulamos não são propriedade nossa. Basta que saiamos de cena e mudarão de dono.

As joias que possuímos e que nos preocupam quanto aos ladrões, não levaremos, depois da morte física.

O dinheiro que guardamos a sete chaves, perde seu valor útil, ou cairá em outras mãos.

Passamos o tempo na Terra buscando riquezas passageiras, e retornamos à pátria maior sem a fortuna ideal.

Melhor seria levarmos conosco nossa verdadeira riqueza.

Essa o ladrão não rouba, a traça não rói, a ferrugem não consome!

Pensemos nisso.

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