Percebemos como as pandemias se alastram?

Seja a mais recente, do coronavírus, nossa conhecida, seja a do cólera no século XIX ou da gripe espanhola no século XX.

Embora em épocas diferentes, não houve em nenhuma delas, quem estivesse imune.

Isso porque os vírus atingem a todos igualmente, independente da classe social, da cor da epiderme ou dos títulos acadêmicos.

Somos todos da mesma espécie, ou seja, constituídos da mesma matéria e vulneráveis a eles.

Não importa o que temos ou como pensamos. Não importa a profissão que abraçamos ou nossa religião.

Não há diferença se estamos acima do peso, ou se fizemos plásticas corporais.

Se os cabelos são pintados ou estão embranquecendo naturalmente. Se temos tatuagem ou usamos piercing, se nos vestimos dessa ou daquela forma, se somos moradores de rua ou vivamos em uma mansão.

Para o vírus, somos todos iguais. Simplesmente seres frágeis, diante de sua ação.

É isso que somos, iguais, da mesma espécie, filhos do mesmo pai, experienciando mais uma vida neste planeta.

Por que agimos diferente da ação dos vírus? Por que não nos vemos todos iguais?

Por que, no trato, diferenciamos as pessoas conforme sua classe social?

Por que classificamos pessoas, rotulamos atitudes, conceituamos aparências?

Não somos todos da mesma espécie?

De tempos em tempos a natureza nos obriga a algumas pausas para nos fazer lembrar dessas coisas simples.

Lembrar-nos de que não somos melhores do que ninguém. Somos muito importantes perante a vida. Nosso próximo também.

Temos direitos que defendemos e pelos quais lutamos. Igualmente devemos fazê-lo pelos direitos do próximo.

Quando moramos na mesma casa, somos co-responsáveis uns pelos outros.

Assim somos nós neste lar chamado Terra.

Não existe problema de um. Os problemas do planeta são problemas de todos.

As dores do mundo são as dores que pertencem a todos. A fome que há no mundo, é a fome que diz respeito a todos.

Precisamos nos dar conta de que somos todos iguais. A dor de cabeça, a febre, a tosse que atinge os que vivem no Oriente alcançam, igualmente, os que vivemos no Ocidente.

O que conduz à morte no Norte, de igual forma o fará no Sul.

Somos iguais. Dessa forma, respeito, atenção, consideração para com todos, próximos ou distantes.

Se formos tentados a desqualificar alguém, menosprezar uma pessoa ou tratá-la com preconceito, lembremos dos vírus.

Eles não agiriam assim. Identificariam em nós apenas seres humanos, seres iguais.

Essa seja, talvez, a preciosa lição que as pandemias podem nos oferecer.

Elas nos recordam o que esquecemos um dia: que somos todos filhos da mesma Terra, filhos do mesmo Pai, criados de igual forma.

No mais, tudo é passageiro. Com o tempo, a beleza se vai, a fortuna troca de mãos, o emprego é outro, a saúde se desfaz.

Aprendamos a lição positiva: agir igual para com todos. Tratemos a todos com amorosidade, gentileza e respeito que cabe àqueles que se percebem iguais, seres da mesma espécie.

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