A importância do pai na amamentação

Thaise de Almeida Granzotto – Nutricionista e consultora em alimentação

Nos primeiros seis meses de vida do bebê, as necessidades nutricionais são totalmente supridas pelo leite materno, sendo a amamentação uma atividade intensa e constante para a mãe e o bebê. Mas nem por isso o papel do pai é menos importante. O homem não pode amamentar, mas sua participação na nova dinâmica familiar é fundamental.

Do momento que a mulher tem o positivo da gravidez, ela começa a receber informações relacionadas ao desenvolvimento da gravidez e do bebê, parto, amamentação…  e o pai?

Estudos mostram que quando o companheiro obtém orientações durante o período da gestação há um impacto positivo no início e manutenção da amamentação. É importante que o pai tenha conhecimento sobre aleitamento materno para ter uma influência significativa. Por isso, precisa estar envolvido, participando das consultas de pré-natal, buscando informações e, também que a mulher deixe-o se sentir parte de todo o processo desde a gravidez até o nascimento e desenvolvimento da criança.

Não é segredo que a chegada de um bebê traz, além de um amor incomparável, um cansaço sem igual e, quando as mulheres se sentem amparadas pelos companheiros têm mais chances de manter a amamentação, mesmo quando se sentem exaustas ou inseguras.

 

O que o pai pode fazer?

É comum termos a visão de que, se a mãe está cansada, a ajuda do pai se resume em oferecer a mamadeira para que a mãe possa dormir mais. Não é isso que a mãe precisa e, vale ressaltar que a recomendação da Organização Mundial de Saúde é que o bebê receba exclusivamente leite materno até os seis meses de vida, não sendo necessário dar água e não recomendado ofertar chás, sucos ou outros alimentos. O uso da fórmula deve ser restrito à prescrição de profissional médico ou nutricionista após avaliação criteriosa e identificação de necessidade real.

Há tarefas que qualquer outra pessoa pode assumir e que permitirão à mãe se dedicar a amamentação, mas a conexão emocional é muito mais efetiva quando parte do companheiro. O pai pode pegar o bebê no colo, organizar a casa, fazer compras no supermercado, cuidar dos filhos mais velhos, preparar a comida, colocar a roupa para lavar e, principalmente, estar atento às necessidades da mãe, oferecer um copo de água enquanto amamenta, ficando com o bebê para que possa comer com mais tranquilidade, tomar banho e descansar.

Buscar informações

Quando o pai está incorporado à vivência do período gestacional e recebe orientações sobre a importância, os cuidados e as possíveis dificuldades no aleitamento materno ele se torna consciente disto e poderá apoiar e incentivar a mulher com empoderamento. Além disso, pais bem orientados são os melhores intermediadores entre a mãe e o profissional de saúde, pois quando a mãe estiver com dificuldades ao invés deste ir até a farmácia e comprar a mamadeira e a fórmula, irá buscar apoio profissional.

A amamentação não é um assunto evidenciado corriqueiramente nas consultas de pré-natal, nem pelos profissionais nem muito solicitado pelos pais, pois se tem a ideia de que é um ato instintivo e que acontecerá naturalmente. Entretanto, na grande maioria dos casos para que o aleitamento materno aconteça de forma efetiva e tranquila, precisa ser aprendido e apoiado por profissionais da saúde que tenham domínio na área.

As dificuldades iniciais como fissuras, dor para amamentar, ingurgitamento ou leite empedrado, bebê com pouco ganho de peso, insegurança em relação à composição e produção do leite materno, são comuns e, sem o empoderamento da mãe e do pai, há grandes chances de serem realizadas ações que podem interferir favorecendo o desmame precoce como a oferta de chupetas, mamadeiras, chás, outros leites ou fórmulas infantis sem prescrição.

Ser o meio de campo

Na amamentação o que não falta são palpites e conselhos, todo mundo conhece ou viveu uma experiência e, por mais empoderada que a mãe esteja, nem todos são convenientes. Quando estes vêm da família da mulher, ela tem mais intimidade para conseguir alinhar com as orientações recebidas dos profissionais de saúde, entretanto, quando vêm da família do companheiro ou de outras pessoas é que o pai assume o importante papel de ser o meio de campo, impondo limites.

Favorecendo a participação do pai

É importante que a mãe, os avós e os profissionais de saúde também favoreçam essa participação do pai em todo o processo, pois muitas vezes, este se sente excluído tanto pela mãe que tenta dar conta de tudo sozinha, quanto pelos profissionais de saúde que estão com os olhares voltados à mãe e o bebê.

 

 Consultoria em Amamentação – orientações no período gestacional,

 apoio e manejo do aleitamento materno.

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