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Histórias

João Gabriel de Lima escreveu em 13 de abril de 2005 a reportagem que se intitula Vietnã na Amazônia. Vamos aqui trazer a opinião de três leitores que se manifestaram na época:

1º. A história tem tudo para seguir, agora, em seu rumo certo e correto. Só uma pequena contradição precisa ser desfeita, pois é a causa de toda interpretação errada do período: é falsa a idéia de que a esquerda pegou em armas contra a ditadura. O recrudescimento da ofensiva militar, desde 31 de março de 1964, é que foi uma reação à tentativa da esquerda de implantar uma ditadura comunista no Brasil. Essa, sim, na verdadeira acepção do termo ditadura. Foi realmente uma guerra em que o Exército Brasileiro, unido à população ordeira, cristã e consciente, venceu preservando a democracia. Entretanto, para os vencidos, a guerra ainda não acabou. Posando de vítimas, iludindo as grandes massas sofridas da população, ainda contam suas meias verdades, alimentando a insensatez de ressuscitar o Projeto Brasil nunca mais! para transformar o Brasil numa imensa Cuba.

(Alexandre Olyntho Moreira – Campinas – SP).

2º. No dia 14 de setembro de 1972 embarcamos em um avião C-130 (Hércules) no Aeroporto dos Afonsos com destino a Marabá, onde chegamos às 13h45m. Eu era soldado e pertencia a uma companhia da Brigada de Pára-quedistas que fora treinada para caçar subversivos naquela área. Eu levei duas cadernetas, em que ia anotando timtim por timtim tudo o que acontecia, e hoje as guardo como recordação dos momentos que passei no Araguaia. Meu pelotão não chegou a entrar em confronto. A gente fazia patrulhas diárias, mas graças a Deus não encontramos ninguém, e por isso não disparei nenhum tiro.

(José Américo de Moura – Araguaina –TO).

3º. Lendo o texto da reportagem Vietnã na Amazônia fica a impressão de que o Exército Brasileiro travou uma grande batalha para derrotar os insurretos do Araguaia. Por mais organizados que os adeptos do PC do B pudessem ser, não dá para acreditar que tenham conseguido formar grupos armados que pudessem ser chamados de destacamentos. Esse jargão militar, por si só, denuncia a intenção de engrandecer o inimigo a fim de conferir méritos à ação repressora do governo de então. A história brasileira está repleta de exemplos do uso descomunal da força contra grupos civis mobilizada em torno de idéias e ideais malquistos: de Canudos ontem à desocupação de áreas urbanas invadidas por maltrapilhos despossuídos hoje. O pior de tudo é ter de ler na matéria a justificativa do uso descomunal e desproporcional da força militar contra civis como ato típico de países de Terceiro Mundo. Nada justifica que, nos idos de 1974 aqueles revoltosos do Araguaia pudessem ser caçados pela selva como animais.

(Ricardo Pereira de Oliveira – Uberlândia – MG)

Judeus no Brasil

 No extremo do Brasil, Rio Grande do Sul, onde vivo, uma saga foi construída por imigrantes judeus, dos quais descendo. Em fins do século XIX, em torno de 1890, emigrou para Bagé, extremo sul do país, onde muito tempo depois meu avô chegou -, um judeu, que lá morreu de uma enfermidade desconhecida. Como havia somente um cemitério (católico), o padre local proibiu o sepultamento nele. A área do cemitério cresceu e hoje a sepultura está bem no meio. Lá ela recebe placas, cartas, velas, pedras e oferendas de agradecimento por graças alcançadas. Também virou santo, o Santo Judeu.

(Walter Nagelstein, P. Alegre – RS).

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