Medo de nós mesmos

Precisamos perder o medo de nós mesmos

Tornar a convivência consigo mesmo algo prazeroso é o grande desafio da vida. Nossas angústias e traumas, com o passar do tempo, vão se acumulando e criando medos que nos fazem ver coisas onde não tem. Quando não aguentamos mais nossas neuras e pirações, começamos a projetar nos outros aquilo que incomoda em nós mesmos. Uma vizinha que canta alto e mal vira a mala da vizinhança, mas na verdade é que não gostamos de nossa voz.

O cara da rua que comprou um carro bacana para pagar em 68 vezes vira alvo de nossas críticas. Porém, após alguns minutos de reflexão sincera, percebemos que o que sentimos tem mais a dizer sobre nós, do que sobre as pessoas que criticamos. As redes sociais são uma cortina de fumaça para disfarçar essa nossa incapacidade de se bastar e conviver com a gente mesmo.

A qualquer momento em que nossos pensamentos começam a criar ruídos em nossa cabeça, trazendo perguntas e reflexões que podem levar a termos que ouvir nossas próprias reclamações, nos enfiamos em uma rede social para ter a sensação de que estamos ocupados demais para nós mesmos.

Autoconhecimento

Com isso, o autocuidado e autoconhecimento vão para as cucuias. Se não conseguirmos conviver com a gente, não podemos esperar que os outros convivam. Se não conseguirmos nos amar e nos aceitar, fica complicado para quem chega perto da gente também.

Precisamos perder o medo de nós mesmos.

(Manoel Soares)