Após três meses de governo do presidente Jair Bolsonaro, investidores e políticos começam a duvidar de sua capacidade de cumprir promessas de campanha e de dar um pontapé inicial nas reformas econômicas e no combate ao crime, dois de seus principais apelos eleitorais. Já houve momentos neste curto período em que o governo pareceu que iria desmoronar.
Bolsonaro teve perda de apoio popular e antagonizou com um importante aliado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao mesmo tempo em que auxiliares palacianos se veem em meio a intrigas e brigas pelo poder. Enquanto isso, a reforma da Previdência está parada no Congresso e sua aprovação é incerta.
A reforma da Previdência divide a opinião de muita gente, infelizmente, muitas pessoas são contra a reforma sem ao menos entender por que a mudança do sistema previdenciário é vital para o país a médio e longo prazo, principalmente para a população mais pobre.
A conta é simples. Quando nos aposentamos, a sociedade que está atualmente trabalhando passa a nos sustentar por meio de contribuições, compulsórias ou não.
O problema é que o dinheiro arrecadado pelas contribuições não é suficiente para sustentar a gama de aposentados que existe hoje no país.
E por que está cada vez mais difícil fechar a conta – o rombo da previdência?
Basicamente está mais difícil fechar essa conta porque os gastos com os aposentados aumentaram, uma vez que as pessoas passaram a viver mais. O sistema previdenciário atual foi desenhado há décadas e a ideia era que as pessoas que estivessem trabalhando sustentassem os indivíduos que se aposentassem.
O problema é que o sistema foi desenhado baseado numa expectativa de vida menor das pessoas. No entanto, hoje esses limites ficaram muitos baixos, dado que a expectativa de vida aumentou significativamente (45,5 anos em 1940 contra 75,5 anos em 2015). Em outras palavras, o aumento da expectativa de vida das pessoas trouxe uma consequência econômica para o sistema previdenciário: a sociedade tem de sustentar o aposentado por mais tempo.
No entanto, este raciocínio lógico não é compactuado por alguns setores. A oposição, simplesmente não acredita nisso e afirma que há má vontade e que dinheiro existe.
Porém é bom que se diga, o Brasil viveu décadas sob a batuta dos agora oposicionistas, que quando no poder, não resolveram a questão, por serem populistas e nunca mexeriam no vespeiro, pois qualquer ação para estancar essa sangria da Previdência, gera impopularidade, justamente o que o atual governo está percebendo. Então o que fazer?
É preciso articular, justamente o que governo Bolsonaro não está fazendo, pois sem essa articulação, do jeito a as coisas caminham, a cada dia o consenso entre executivo e legislativo sobre o assunto se distancia cada vez mais e o perigo de um desmoronamento do sistema previdenciário fica cada vez mais latente.