A educação do Brasil parou ontem. Estudantes, professores, técnicos, sindicalistas enfim, todos os envolvidos em universidades, faculdades, institutos técnicos, paralisaram as atividades para protestar contra o corte de 30% anunciado pelo Ministério da Educação (MEC), no dia 30 de abril. Desde o anúncio, diversos estados vêm registrando protestos.
De acordo com o MEC, o bloqueio se deve a restrições orçamentárias que foram exigidas em toda a administração pública federal, devido a atual crise financeira e da baixa arrecadação dos cofres públicos.
Ainda conforme o órgão, o bloqueio que por enquanto é apenas preventivo atingiu apenas 3,4% das verbas discricionárias das universidades federais, cujo orçamento para este ano totaliza R$ 49,6 bilhões.
Os protestos realizados ontem foram convocados por movimentos estudantis, pois segundo eles, os cortes podem paralisar as universidades
O corte, segundo o governo, foi aplicado sobre gastos não obrigatórios, como água, luz, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas. Despesas obrigatórias, como assistência estudantil e pagamento de salários e aposentadorias, não foram afetadas.
Mas a questão dos protestos é justamente porque despesas básicas serão cortadas. Um exemplo – já utilizado inclusive neste espaço – é de que as universidades públicas são responsáveis por 90% das pesquisas em todo o país, segundo reportagem publicada pelo Jornal Folha de São Paulo.
Agora imagine o que acontecerá com essas pesquisas se não tiver luz para ligar a geladeira e armazenar milhares de novas descobertas feitas nas instituições. Então passemos a pensar que o prejuízo passaria a ser também para a saúde, agricultura, enfim.
Esperamos, sinceramente, que essa paralisação de ontem pelo menos mostre aos governantes que a educação é um setor que já tem poucos investimentos e os que têm não podem ser cortados.