A festa do Natal é anunciada todos os anos com antecedência pelos meios de comunicação. Seu objetivo primordial é estimular a população para com avidez e nervosismo efetuar as compras de presentes para familiares e pessoas amigas. Prédios, ruas e parques se iluminam com lâmpadas coloridas. O bom Papai Noel distribui presentes nos shopping centers para as crianças, estimulando ao consumo. Campanhas publicitárias são promovidas para estimular festas de presentes de Natal, tornando-se um encontro humanitário e momento social de intertroca de presentes. No meio desta correria e ansiedade pré-natalina, a gente se pergunta: o que, afinal, é o Natal para o cristão? Como crianças já aprendemos com os pais e catequistas, que para o cristão significa, antes de tudo, a celebração do nascimento do menino Jesus, na gruta de Belém. A figura principal do Natal do Senhor é Jesus Cristo.
Com relação ao Natal, quem não se lembra dos tempos idos, da infância despreocupada no interior rural do Brasil, quando íamos para a Missa do galo, à meia-noite, a pé ou a cavalo para assistir a santa missa. Geralmente enchíamos nossas mãozinhas com vagalumes grandes que iluminavam a trilha das estradas, por onde caminhávamos, até através da mata iluminada pelo piscar dos vagalumes. Ah! Os vagalumes de outrora que foram sumindo por causa da aplicação de venenos nas lavouras. Que tristeza! A festa de Natal tinha uma aura espiritual e não se tinha a ânsia do consumismo que domina nos tempos recentes e atuais. Muitos cristão ainda guardam em seus corações o encanto das festas natalinas singelas, nos ambientes das famílias. Eram encontros de uma alegria espontânea e de pura felicidade vivida ao ar-livre com muita descontração. Pena que o tempo dura tão pouco e, ficávamos tristes quando mamãe removia a árvore e o pequeno presépio. São recordações de um tempo que jamais voltará.
Carlos Drummond de Andrade, nosso poeta maior, recorda a cena do nascimento do menino Jesus, ao escrever: O Cristo é sempre novo, e na fraqueza deste menino há um silencioso motor, uma confidência e um sino. Nasce a cada dezembro e nasce de mil jeitos. Temos de encontra-lo até na gruta de nossos defeitos. No menino Jesus, acolhido em nossos corações, como no tempo de nossa infância reencontramos a verdadeira paz cristã, o sentido da vida trazida pelo infante Jesus.
Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens de boa vontade (que ele ama) (Lc. 2,8 -13). É difícil imaginar um coral de anjos com sons puros e melodias harmoniosas, mas a música tornou-se a linguagem humana que mais se aproximou da mensagem dos anjos. E o que dizer dos numerosos compositores e suas inspiradas composições musicais com motivos natalinos? São as oratórias de Bach, concertos, corais e melodias singelas como a mundialmente conhecida: Stille Nacht, Helige Nacht (Franz Gruber), a nossa Noite Feliz, O Du Fröhliche (Bernhard Noch) e incontáveis outras composições em muitas línguas. Um acervo precioso, fruto da criação e da genialidade humana.
Esta é a maravilhosa e perene mensagem do Natal já há mais de dois mil anos: paz na terra e harmonia no coração dos homens de boa vontade. Que a celebração do Natal de 2019 traga paz, harmonia e benção para p ano de 2020 a todas as famílias, amigos e conhecidos. Que assim seja!!!