O que vai levar o Brasil a superar definitivamente a pandemia de coronavírus é a vacinação em massa da população.
As razões pelas quais a vacina é a solução são simples de compreender. Uma doença só é erradicada quando seu agente causador deixa de circular em uma sociedade. A mera existência de tratamentos eficazes não basta: há pessoas que não respondem aos medicamentos, ou há casos em que a doença é diagnosticada tarde demais. Deixar que um vírus continue circulando aumenta a possibilidade de mutações, como já está ocorrendo com o Sars-CoV-2. Daí a ênfase, diante desta pandemia global, na corrida por uma maneira de imunizar a população, o que terá efeitos não apenas sobre a saúde, mas também sobre a economia, permitindo a retomada sem restrições dos negócios, com recuperação do emprego e da renda.
O Brasil, por suas dimensões, já está entre os líderes mundiais em números absolutos de vacinação, mas ainda engatinha em termos de proporção da população vacinada. Pouco menos de 2,5% dos brasileiros já receberam alguma dose da vacina. O ritmo da vacinação tem gerado críticas e comparações com outras campanhas, e especialistas afirmam que, na velocidade atual, o país levaria de quatro a cinco anos para imunizar toda a população. Há uma corrida global pela vacina, na qual o Brasil saiu atrasado, mas que a oferta deve crescer à medida que novos imunizantes forem aprovados por agências sanitárias mundo agora e que os laboratórios ampliem sua capacidade de produção.
Mesmo quando a oferta de vacinas estiver normalizada, ainda haverá uma série de desafios a resolver, como a necessidade da exposição de critérios claros para as prioridades e de uma logística eficaz para imunizar mais pessoas em um período mais curto de tempo, sem desperdícios. No entanto, nem todos os esforços possíveis de prefeituras, governos estaduais e governo federal bastarão se a população não aderir ao esforço de vacinação.