Será que sou boa mãe?

Caros leitores, essa dúvida acompanha os questionamentos e alimenta o rol de culpa da maioria das mulheres que estão em atendimento. Aparece na fala cercada de crenças de valores onde essas mulheres na maioria das vezes em sofrimento expressam sua busca pelo perfeccionismo e necessidade de validação. Atribuo credito a essas pessoas que buscam através da ressignificação da própria dor compreender as emoções e ajudar o outro. Então aqui está uma pequena contribuição para esta questão.

A pessoa vivencia as emoções como sensações corpóreas fortes, repentinas e até incontroláveis, talvez seja esse o fato que as crises de ansiedade e crises de pânico levam tantas pessoas aos postos de atendimento de saúde, dificilmente elas sabem nominar que significam as mãos tremulas, aqueles tremores nas pernas, o peito apertado ou a cabeça pesada, saber nomear o que está acontecendo com o corpo é crucial para a leitura das emoções e infelizmente não é um aprendizado que todas as pessoas foram expostas.

Dessa maneira, aprender a reconhecer os estados emocionais em si e nos outros talvez traga a resposta ao título desse texto, com a habilidade de ler as emoções a pessoa consegue desenvolver autodisciplina e empatia, e esta é a ferramenta mais preciosa que possuímos, pois ela nos estimula a se colocar no lugar do outro e a partir daí nasce o respeito.

Não existe fórmula mágica para esse aprendizado, tanto para adultos quanto para crianças, a melhor forma de aprender sobre emoções é vivenciando-as, observando-as e tornando-as parte do nosso cotidiano. Se pudesse marcar um ponto de partida para essa jornada seria o da aceitação. Aceitar que o que sentimos faz parte de nosso aprendizado de emoções. Negar a raiva, a alegria a tristeza só faz aumentar dentro de nós a necessidade de expressar essas sensações.

Ensinar a mães adultas, principalmente a falar sobre os sentimentos, classificar suas sensações em termos de estados físicos e mentais e sem julgamentos, é oferecer às próximas gerações estratégias diferentes e menos doloridas para expressar os sentimentos sem necessariamente serem dominados por eles.

Até a próxima semana.