Você é resiliente? Quanto?

Caros leitores na semana passada conversamos sobre persistência, recebi alguns comentários sobre isso, neles a maioria das pessoas afirmava que após algumas tentativas em algum projeto acabavam por desistir frente as dificuldades. Tal fato me fez vir aqui para refletirmos sobre flexibilidade. Existe um provérbio japonês que diz: “ o bambu que se dobra é mais forte que o carvalho que resiste. Não podemos falar de persistência sem falar de flexibilidade.
Na psicologia falamos de resiliência, a capacidade de viver e de se desenvolver positivamente, apesar do estresse ou das adversidades que, normalmente, comportariam o risco de desfecho negativo. Resiliência é mais que resistir, é aprender a viver (lembra da coluna do início do mês) custe o que custar. Quando passamos por alguma dificuldade e superamos, o mundo ganha novas cores. Isso por que em todo processo de sofrimento, onde parece que há uma quebra, um rompimento, paradoxalmente há um grande potencial de vida que possibilita o enfrentamento da dificuldade, onde o obstáculo se torna uma espécie de trampolim, A fragilidade se torna uma riqueza, o fraco fica forte e das impossibilidades surgem um conjunto de possibilidades.
Nesse sentido podemos associar ao termo resiliência ou o oximoro, essa figura de linguagem (mais da retórica) coloca palavras que se opõe pelo significado lado a lado, criando um paradoxo que reforça o significado das palavras combinadas. No oximoro cada termo sublima a força do outro e o contrasta diretamente, tornando-o evidente. Um exemplo? “sabia ignorância”. Esta figura de linguagem é diferente de ambivalência, na última temos uma clareza de informações exemplo: “ama-se ou detesta-se” porque depois dela é preciso escolher entre duas forças.
Um exemplo de oximoro que utilizo no meu trabalho “uma maravilhosa infelicidade” obra de Boris Cyrulnick, nesta obra essas duas palavras embora opostas, são necessárias ao equilíbrio. Elas organizam a maneira de observar e de compreender o mistério daqueles que deram a volta por cima. O Oximoro torna-se uma característica das personalidades feridas, mais resistentes, sofridas, mais felizes por terem esperança apesar de tudo. O que essas pessoas fazem é transformar ou resignificar em prova a infelicidade.
A psicoterapia é uma alternativa para ressignificação, pois é neste espaço ético, livre de julgamentos que o sujeito pode dar voz a seus sofrimentos consequentemente teremos também nesse espaço uma porta aberta para metamorfosear as situações vividas.
Até semana que vem.
@neziapsicologa.