O arquipélago Gulag

Quando o escritor russo Alexandre Soljenítsin escreveu o livro O Arquipélago Gulag tinha em mente denunciar os desmandos do ditador Josef Stálin. O que poderíamos aprender com o que Soljenítsin nos relata em seu livro?

Em primeiro lugar, a verdade sempre aparece. Ela é testemunhada e esse testemunho acaba vindo a público. É impossível tentar esconder continuamente a verdade do povo, pois a mesma acaba tornando-se visível em dado momento da história.

Em segundo lugar, a loucura de uns poucos nunca consegue se contrapor à sanidade da maioria por muito tempo. Desta feita, qualquer espécie de domínio possui um ciclo, alguns mais curtos outros mais longos acabando em decadência.

Em terceiro lugar, apesar dos subterfúgios adotados pelos dirigentes políticos como uma tentativa espúria de dominar, o povo acaba sendo mais forte que qualquer ditadura. Líderes populares surgem denunciando e lutando contra a corrupção e a mesma acaba caindo.

O livro relata que a quantidade de pessoas presas era tão grande que as prisões formavam verdadeiros arquipélagos onde milhares de milhares de pessoas sobreviviam passando toda sorte – ou azar – de privações. Soljenítsin foi um dos prisioneiros. Ele sobreviveu.

O homem sempre construiu civilizações onde o mais forte sempre prevalece. Porém, força como medida de poder nunca e jamais será a melhor forma de governar. Daí se dizer que a democracia é a pior das formas de governo, depois de todas as outras. Soljenítsin nos indaga, através de seu relato, o que nós, atualmente, podemos fazer para que as situações por ele relatadas não se repitam. Pois o domínio do homem sobre o homem em nome de uma ideologia somente traz dor e sofrimento.

Jure et facto.