Como já exposto pelos editoriais deste diário que precederam o desta sexta-feira (22), passamos por tempos sombrios, difíceis e de extrema tristeza. E dentro disto, apesar de parecer, cabe o mundo todo e não apenas o Brasil. Ora, apenas três dias depois do massacre em uma escola de Suzano, no interior de São Paulo, onde dez pessoas foram mortas, mais 50 vítimas foram covardemente assassinadas na Nova Zelândia.
A coisa toda não fica em escala global. Pense também no regional. Três jovens cometeram um ato extremo contra a própria vida nesse meio tempo em que o mundo se chocou: o primeiro, no dia mesmo do caso em Suzano, em Laranjeiras do Sul; o segundo, no último dia 17, em Cantagalo; e o último, ainda ontem (21), ocorrido no município de Rio Bonito do Iguaçu.
E que fato amarra todas essas tragédias, sejam elas de grandes números, sejam elas individuais, familiares? Uma psique completamente abalada e a provável falta de estrutura em pela qual essas pessoas passam.
O abismo absoluto em que o pensamento e a alma caem, os levando a abdicar da própria vida, da própria dignidade humana e o amor que recebem se sua família e amigos.
As causas? Bom, há pontos de vista. Mas não podemos ignorar o fato consumado de que a falta de propósito certo deixa homens e mulheres à deriva, como no meio do oceano em uma jangada. Até mesmo Chuck Noland se agarrou a Wilson e sentiu sua falta após ser resgatado. Se você passa por um momento difícil, agarre-se em seus sonhos, ande com pessoas que lhe fazem bem. Se almeja sucesso, tenha amigos vencedores.
E como escreveu Richard M. Weaver, as ideias têm consequências. Um suicida em potencial pode ler um caso como esses três citados em nossa e criar coragem para também cometer o ato. Dessa mesma forma, quando se cria uma atmosfera positiva, ações e ideias boas podem servir como pequena jangada do náufrago que o evitava chegar ao fundo, ou talvez aquela pequena luz no fim do túnel que não nos deixa ser engolidos pela escuridão.
Por mais pequena que seja, o seu esforço pode e será recompensado! Um propósito, uma âncora. É somente disso que pessoas com sérios problemas psicológicos precisam.