A produção de comida afetada pela guerra

A invasão da Ucrânia pela Rússia traz muitas preocupações para o Brasil, um dos setores que será atingido e que merece total atenção por ser o carro-chefe da economia de nosso país, é o agronegócio.
No Brasil, o setor fez a maior revolução tecnológica do mundo, tornando o país um dos mais importantes personagens mundiais na produção e exportação de alimentos. Calcula-se que o agronegócio tenha respondido por cerca de 28% de todo o PIB brasileiro, considerando os três primeiros trimestres de 2021. Em 2020, o percentual foi de 26,6%.
Apesar da grande produção das fazendas brasileiras, o país depende da importação maciça de fertilizantes, chegando a 85% o adubo utilizado nas lavouras é importado. A metade desse montante vem justamente da Rússia e de Belarus. Se especificarmos o tipo de fertilizante, notaremos que os russos fornecem 99% de todo o nitrato de amônio que usamos no país, além de 29% do potássio.
Mesmo antes da guerra, economistas já se preocupavam com uma alta de 180% no preço médio dos fertilizantes, que até então era apenas uma previsão, mas que poderia sim afetar diretamente a produtividade brasileira ou mesmo a área plantada da safra 2022/2023.
Agora com o avanço do conflito e é certo não só o preço mas também a distribuição do produto em nível global serão afetados. Isso sem contar a possibilidade do cumprimento da promessa feita pelos russos ao Brasil de ampliação no fornecimento.
A guerra inevitavelmente sempre provoca a escassez de comida e o agravamento de problemas que já são muito sérios e difíceis por si mesmos, como é o caso da fome.