Mais brasileiros estão deixando o país

O número de brasileiros que vem deixando o país está crescendo ano a ano. Conforme os últimos dados da Receita Federal, referentes a 2018, 22,4 mil pessoas entregaram a declaração de saída definitiva do país no ano passado. Em 2017, foram 21,2 mil.

A declaração definitiva é obrigatória para quem vai morar no exterior. Os registros de entrega cresceram de forma mais expressiva a partir de 2014, quando o Brasil passou a sentir os primeiros sinais da recessão econômica. Até então, os pedidos de saída definitiva não superavam 10 mil.

A justificativa para tanta gente deixando o país é a falta de emprego. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em fevereiro – último dado – a economia brasileira gerou 173.139 empregos com carteira assinada.

O resultado foi considerado o melhor para meses de fevereiro desde 2014, quando foram criados 260.823 empregos formais. É o melhor saldo para esse mês em cinco anos.

No entanto, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro, atingindo 13,1 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Isso faz com que as pessoas busquem alternativas para não ficarem fora do mercado de trabalho, já que muitos são pais e, portanto, precisam encontrar formas de sustentar os filhos e a casa.

O Japão, por exemplo tem sido muito procurado pelos brasileiros. Isso porque o governo do país asiático facilita a entrada de trabalhadores que integram até a terceira geração de japoneses. Recentemente, com o agravamento da falta de mão de obra no Japão, o país liberou a entrada facilitada até a quarta geração.

Mesmo que o crescimento do PIB acelere para 2,5% ao ano, a taxa de desemprego no Brasil só deve ficar abaixo dos 10% a partir de 2021, de acordo com um relatório do banco BTG Pactual divulgado recentemente. Embora a taxa venha caindo, o relatório indica que o ritmo é lento e que o cenário do emprego no país é pior do que parece quando são destrinchados os dados oficiais do IBGE.

Ou seja, esses números ainda devem se manter assim e até piorar pelos próximos dois anos. Uma pena. Com isso, consequentemente muitos deixam de gastar no país, o que acaba não alimentando a economia. É um círculo viciosa ou danoso.

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