Remédio amargo

A política em sua plenitude é algo que deveria ser festejada, seja pela representação de membros eleitos democraticamente pelo povo, seja pela democracia na qual os representantes no parlamento decidiriam os interesses da comunidade de determinada região, ou seja, pela representatividade de legislar tornando um determinado país mais justo e igualitário socialmente, mas, quando falamos na política brasileira, paira no ar as sombras das incertezas.

Incertezas causadas pela imagem extremamente arranhada do sistema político atualmente exercido no Brasil, em que se privilegiam interesses escusos e particulares de membros das três esferas governamentais: municipal, estadual e federal. Esta última submersa em escândalos de toda ordem: mensalões, petrolões, propinas entre outras mazelas.

Os ladrões são desmascarados e logo são condenados, correspondendo à expectativa geral da Nação com um sentimento de vingança, que de fato chamamos de justiça. No entanto, as marcas deixadas na sociedade pela corrupção são vistas nos noticiários como o aumento dos índices de pobreza e falta de oportunidades, seguindo-se do aumento da violência originado muitas vezes pelo sentimento de impunidade que impera, pois quem deveria dar o exemplo não o faz.

O que acontece com a gente? Queremos moralizar, mas a vontade fica apenas no discurso. Quando é anunciada alguma reforma que ameaça algum direito que temos, muitas vezes só no papel. Vem uma avalanche de críticas e os amedrontados representantes do povo, que legislam no Congresso, receiam que medidas impopulares tirarão seus votos e volta tudo à estaca zero.

Não se faz guerra sem sangue, nem ajuste na economia sem cortes. Se alguém tiver uma solução menos amarga que passe o remédio para quem quer curar.

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