O marco da memória nacional tem como fundamento comemorar a aprovação da Declaração de Innocenti de 1990, efetuada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). No documento, trata-se da necessidade do aleitamento materno para o combate da desnutrição e consequentemente, da mortalidade infantil.
Para fazer valer os muitos compromissos assumidos com a assinatura do documento, no ano seguinte, foi fundado a Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (World Alliance for Breastfeeding Action – WABA). Em 1992, esta organização criou a Semana Mundial de Aleitamento Materno sediada em Nova Iorque, nos Estados Unidos (EUA) de 01 à 07 de agosto. Nos anos posteriores, um tema é definido e materiais são traduzidos em aproximadamente 14 idiomas e ações em promoção da amamentação ocorrem em cerca de 120 países ao redor do planeta.
No Brasil, a mês de agosto, conhecido como Agosto Dourado, foi definido como o mês do Aleitamento Materno pela Lei nº 13.435/2.017. Nele, diversas atividades de conscientização são realizadas para que a amamentação ocorra se possível até os dois anos de idade do bebê e haja um fortalecimento das doações para os bancos de leite, na Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH–BR).
A amamentação se tornou difícil, de um modo geral, com a Revolução Industrial (Séc. XVIII). As mulheres, na grande maioria, passaram a trabalhar nas indústrias com jornadas prolongadas e a amamentação começou a ser substituída por suplementos alimentares infantis, também em ascensão devido ao crescimento da produção de alimentos em larga escala. Amamentar dentro das classes mais abastadas era visto com maus olhos. Em 1943, com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Brasil, a conquista do direito à licença maternidade trouxe a possibilidade da mulher permanecer em casa durante 84 dias para os cuidados do bebê. Somente com a Constituição de 1988, o direito foi ampliado para 120 dias, quatro meses.
Amamentar protege contra diversas doenças, previne diabetes, anemias, hipertensão, colesterol, obesidades e fortalece o sistema imunológico, evitando gripes, asma, pneumonia, infecções intestinais e no ouvido, bem como cria um elo de carinho e amor entre a mãe e o bebê. Auxilia no desenvolvimento físico e psíquico das crianças, sendo o principal e mais completo alimento. Para a mãe, age na proteção contra o câncer de mama, de ovários e endométrio, além de diminuir o sangramento pós-parto.