Biquíni, peixe, vibrador: honorários inusitados

Em um universo onde domina a seriedade, algumas histórias fogem do comum e mostram o lado humano e curioso da profissão do advogado.

O respeitado advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira (Advocacia Mariz de Oliveira), descreve que, ao chegar em casa com uma quantidade generosa de palmitos, enfrentava reclamações da esposa pela falta de espaço para armazená-los. Além dos palmitos, Mariz frequentemente recebia cachaça, especialmente de clientes do interior, como uma forma de gratidão que, segundo ele, era mais comum entre as pessoas mais pobres do que entre os clientes mais abastados.

O conhecido criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, contou que atuou para um dono de mercearia em Planaltina de Goiás. “A tese era interessante, dava uma mídia boa. Mas fui conversar com ele e ele falou: só posso pagar uma leitoa.” “Então, meus honorários foram uma leitoa, e uma galinha”.

O advogado e professor Luís Rogério Barros, de Barueri/SP, após a crise financeira de um cliente proprietário de nove lojas de roupas, Barros e seu sócio resolveram a situação de uma maneira não convencional: aceitaram pagamento em biquínis. Em outra situação, um cliente pescador pagou seus honorários com vários tucunarés, e um terceiro caso envolveu um proprietário de adega que teve de fechar o estabelecimento e liquidou seus débitos entregando bebidas como forma de pagamento.

Uma advogada que atuou para a dona de um sex shop recebeu os honorários com produto da loja: um vibrador. “Achei interessante para aquele momento de pandemia, e aceitei.”

As narrativas mostram como as relações humanas ultrapassam os limites formais da advocacia, criando laços duradouros, pagos não apenas com dinheiro, mas também com gratidão e, muitas vezes, com um toque de criatividade e humor.

Fonte: https://www.migalhas.com.br/quentes/423716/biquini-peixe-vibrador-advogados-contam-honorarios-mais-inusitados