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Narra o Evangelho de Mateus que, quando os inimigos de Jesus O tentaram envolver em uma contradição, acerca da legalidade ou não do pagamento do tributo ao Imperador de Roma, o Excelso Mestre assim concluiu o ensino:
Dai, pois, a César, o que é de César e a Deus o que é de Deus.
A resposta nos conduz a profundas reflexões.
César e Deus podem significar o humano e o Divino, o material e o espiritual.
Normalmente, por vivermos no mundo carnal, nos afadigamos pela conquista de coisas materiais. Isso porque este mundo muito nos exige para a sobrevivência e o desfrutar de algum conforto.
Assim, aplicamos todas as horas, ou grande parte delas, aos compromissos materiais. Mesmo quando nos dispomos ao repouso, nosso objetivo é o de refazer as forças para a luta do dia seguinte que nos aguarda, com a mesma ou maior intensidade.
Envolvidos no cotidiano, programamos a nossa vida como se ela jamais viesse a se extinguir pela desencarnação.
Elegemos um culto exagerado ao corpo, imaginando que dele não mais nos haveremos de apartar. Nesse afã, gastamos horas inúmeras com a seleção das mais aprimoradas dietas, os exercícios físicos apropriados, vitaminas, ervas, banhos.
Naturalmente, ao sermos surpreendidos pela morte física, pela falta de hábito de elevação, poderemos prosseguir na fixação perturbadora e ilusória de que a morte não nos ceifou o corpo, permanecendo ao seu lado.
Como homens, vivemos em sociedade e temos deveres para com ela. Necessitamos cumprir com nossa parte para o progresso de todos.
E ninguém pense que fugir do mundo, sob o pretexto de servir a Deus, se justifique. O Mestre Jesus nos deu os exemplos de como viver no mundo, servindo aos homens.
Ele participou das bodas de Caná, santificando-as com Sua presença. Foi à casa de um cobrador de impostos, honrando-lhe o lar.
Mais de uma vez hospedou-Se na chácara dos irmãos de Betânia. Ouviu a mulher equivocada, lecionando-lhe honradez. Foi ao templo e à sinagoga, sem preconceito de espécie alguma. Participou das festas habituais do povo, sem Se permitir envolver em paixões.
Tudo fez com naturalidade, discrição e honorabilidade.
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Aprendamos com Jesus. Em nossos dias, dediquemos a Deus um momento de reflexão, uma hora de misericórdia para com os Seus filhos.
Encaminhemos a Deus nossa dádiva, ofertando-nos ao próximo.
Vivamos no mundo, amando a vida e servindo ao mundo sem escravidão. E canalizemos para Deus os nossos recursos morais, trabalhando nossa intimidade espiritual, imperecível, imortal.
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Você sabia que o nascimento de Jesus foi anunciado por cânticos celestes e informado aos pastores com a notícia de muita alegria?
E sabia que Jesus encerrou o Seu messianato, entre os homens, em plena luz do dia, em glorioso encontro na natureza, desaparecendo aos olhos de quinhentos discípulos?
Dessa forma, nos ensinou que a vida é um poema de júbilos em nome do amor.
Pensemos nisso.