Combate intransferível

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O despotismo, que cerceia a liberdade, faz-se algoz de si mesmo. Em consequência, o dominador arbitrário, torna-se dominado pelas paixões e circunstâncias que o envolvem.

Somente a fraternidade que flui do amor bem compreendido consegue doar liberdade, ensejando um clima de respeito e compreensão que promove o progresso entre os homens.

A intolerância, que impõe códigos de comportamento e limita o direito de pensar e agir, comete desmandos e exageros, sendo vencida por força equivalente, na justa das ambições desmedidas.

Apenas a solidariedade, mediante o auxílio mútuo, constrói valores de excelente qualidade, que fomentam o enriquecimento moral e social, propiciando paz.

A exigência, que se arroga prerrogativas de exceção, inspira idênticas, que terminam por desconsiderá-la. Só a tolerância lobriga ensinar com eficiência e conduzir com sabedoria.

O Sol brilha para todos. Tudo e todos têm direito à vida. O que pode ser muito para uns, quiçá não seja o melhor para outros.

De muto bom alvitre que se faça uma aferição de valores, entre o que se sabe e o que os outros sabem, o que se conhece e é pelos demais conhecido, o que lhe é útil e para muitos necessário, a fim de ter uma ideia realista das opiniões, conceitos, coisas e pessoas.

Os homens estagiam, pelo próprio processo de evolução pessoal, em degraus e escalas específicos, sendo necessário compreendê-los onde se encontram e conforme são.

Aqueles que possuímos uma mensagem de renovação e esperança para dar, devemos, melhor do que outros, compreender que o nosso labor se baseia no perfeito equilíbrio em prol de uma divulgação lavrada na simpatia e na gentileza.

Não nos propomos combater as demais pessoas, ou suas ideias, ou sua forma de ser. Antes nos candidatamos a expor os nossos temas, aqueles que nos felicitam, interessando os que nos ouvem e vêem a examinar as nossas informações, optando pelos que lhes pareça melhor.

Pugnadores da verdade, sabemos que ela não se contém, total, no nosso enfoque de como considerar a vida, reconhecendo que, talvez, a nossa, seja uma visão melhor e mais clara, de modo a resolver inúmeros problemas que aturdem a Humanidade.

Exercitando-a, ampliamos a capacidade de entendê-la, facultando-lhe o crescimento em nós e crescendo com ela.

Assim considerando, recordemos que numa discussão sempre se podem encontrar três colocações sobre a verdade: a de um como a de outro litigante, que são sempre pessoais, e aquela que paira acima dos indivíduos, a legítima e transcendental, que examina fatores ignorados, causas desconhecidas motivadoras da ocorrência em pauta.

É urgente que estejamos conscientes da obra a realizar em nós mesmos, primeiro, como combate intransferível e imediato, a fim de irmos adiante.

O próprio Jesus, que conhecia a Verdade (pois Ele É a Verdade), jamais a impôs, nunca entrou em lutas verbalistas injustificáveis, não se deteve a combater contra.

O Seu, foi o combate a favor do bem, pelo bem de todos, com amor, sem despotismo, nem intolerância, ou exigência, ensinando o amor e amando com esperança no êxito final.

Livro: Terapêutica de Emergência. Diversos Espíritos. Marcelo Ribeiro (Espírito). Psicografia de Divaldo Pereira Franco. Livraria Espírita Alvorada. 1ª Ed. – Salvador-BA. 1983.

Manoel Ataídes Pinheiro de Souza, CEAC Guaraniaçu – PR. manoelataides@gmail.com