Deveres Austeros

Antes que reencarnasses para a atual jornada evolutiva, refletiste demoradamente em torno da oportunidade feliz que te era facultada. Como consequência, entendeste os benefícios que poderias auferir caso firmasses um compromisso austero com a consciência.

Os teus Guias espirituais apresentaram-te programas de reabilitação dos erros pretéritos, mediante as disciplinas morais, o estudo e o trabalho que te poderiam libertar das algemas escravizadoras dos vícios e da paixões asselvajadas, e concordaste de boa mente.

Discutiram contigo de forma que tivesses suficiente claridade mental para aceitares ou não os deveres carregados de responsabilidades e lutas. Nada te ocultaram.

Informaram-te que o retorno à experiência carnal seria assinalado por problemas que deixaste pendentes numa existência anterior, a seu serviço.

 Tal compromisso torna-te membro da sua família, e aqueles que o acompanham, no mundo, por enquanto, ainda não encontram compreensão nem amizade.

São marginalizados, desacreditados pelos próprios companheiros que ainda vivem em competição doentia, longe da verdadeira fraternidade. Desse modo, não te resta outra atitude, senão a de prosseguir em júbilos e com paz interior.

Não poucas vezes, os cardos dos caminhos difíceis cravam-se nas carnes da tua alma, dilacerando-a.

Noutras ocasiões, o ácido das acusações de muitos profitentes da tua fé queima-te os tecidos do coração. Porque te dedicas com intensa firmeza, acusam-te de exibicionista.

Em face da tua perseverança, profetizam para ti uma futura tormenta.

Desde que não recuas, és tido por fanático.

Como te renovas no trabalho abraçado, és considerado farsante…

Tentas avançar integérrimo, todavia ressumam do teu passado as heranças perniciosas de que ainda não conseguiste libertação, afligindo-te sem palavras.

Quando vences uma luta, nova batalha surge ameaçadora, convidando-te ao prosseguimento sob vigilância constante.

Rondam-te os sentimentos negativos, nalguns momentos o desânimo, noutros o cansaço e a amargura.

O sol da alegria que te iluminava antes o íntimo, nessas ocasiões, em face das nuvens borrascosas, apresenta-se como crepúsculo sombrio que te assusta.

Sentes a necessidade de avançar, mas o cerco de Entidades perversas em ambos os planos da Vida procuram cercear-te os movimentos.

Não descoroçoes, porém.

Da mesma forma que essas conjunturas aflitivas se te apresentam, nunca deixaste de receber o apoio dos teus benfeitores espirituais que te auxiliam ternamente e te inspiram a melhor conduta a preservar.

Nenhuma ascensão é fácil. A queda é sempre comum e quase natural, enquanto que o soerguimento moral constitui um esforço que não pode ser desconsiderado.

Porfia, pois, viajante querido, seguindo adiante, disposto e jovial, embora a chuva de doestos e as acusações que tombam sobre a tua cabeça, tentando levar-te a desanimar do ideal.

Não renasceste para a colheita de alegrias e bênçãos imediatas, portanto, indevidas, mas para semeá-las com vistas ao teu futuro. Assim, não recalcitres, não queixes, não lamentes.

Agradece a Deus a oportunidade, e não te detenhas.

Fita os altiplanos espirituais, e continua pelas veredas difíceis das baixadas.      É no vale que os rios alargam o leito, rumando na direção dos mares e oceanos.

Também aí conquistarás experiências e sabedoria até o momento em que alcançaras o Divino Oceano.

 

Livro: ILUMINAÇÃO INTERIOR. Joanna de Ângelis (Espírito). Psicografia Divaldo Pereira Franco. Livraria Espírita Alvorada Editora. 3ª ed. Salvador. BA. 2015.

Manoel Ataídes Pinheiro de Souza. CEAC. Guaraniaçu – PR.  manoelataides@gmail.com

 

 

 

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