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A missão de governar um sistema planetário, implementando o progresso em cada um dos seus componentes, com o objetivo de disseminar a vontade de Deus pelo universo afora, só pode ser uma missão conferida a um Espírito de avançada evolução, a um Ser Angélico.
Os Anjos são criaturas de Deus que, na fieira evolutiva, superaram todas as faixas e fases anteriores, viajando desde o primitivismo da matéria orgânica aos píncaros da angelitude, observando com atenção as orientações dos Supremos Estatutos.
Não são os Anjos seres criados perfeitos pelo Criador. Não podendo haver disparidades nas leis do Sempiterno, todos os Seus filhos partem do mesmo princípio, são trazidos às telas da existência do mesmo modo, ainda que tal modo nos escapes, completamente, em razão dos nossos minguados recursos de avanço espiritual.
Almas que se acham nos cursos superiores do universo, dos Anjos são incumbidos de fazer com que se cumpram, em toda parte, os conteúdos das Leis Supremas.
Não há, dessa forma, anjos decaídos. Teria sido um disparate, das leis do Criador. Somente as mitologias, com seu conjunto de crenças que refletiam o mundo imaginário das épocas em que foram concebidas, podiam criar a figura de anjos ao mesmo tempo, decaídos.
De maneira lamentável, alguns interpretes da teologia resolveram assimilar em seus estudos essas imagens e concepções populares, permitindo que se pudesse fazer juízo tão deformado, amesquinhado mesmo, acerca da sabedoria e onisciência de Deus. Mais lastimável, ainda, é o agigantado contingente de pessoas, mesmo entre reconhecidos intelectuais, que fazem prosperar essas histórias, mantendo-as na mente do povo, sem nenhuma análise mais detida do bom senso.
Se estivemos nos referindo a anjos, como nos referimos a espíritos, podendo, então, qualificá-los em bons e maus, superiores e inferiores, o termo anjo corresponderá a Entidades que galgaram altos níveis de evolução à custa dos próprios esforços, nada tendo a ver com as concepções mágicas das mitologias humanas.
Um Ser Angélico, na verdadeira caracterização do termo, é um Espírito integrado à vontade do Criador. O seu grau de progresso dá-lhe credenciais para desempenhar o papel de Embaixador do Altíssimo, para tanto, a Sua vontade reflete a vontade do que O enviou.
Quanto mais evoluído é o Espírito, mais se ajusta ao Psiquismo Criador, mais a sua vontade se integra à vontade do Criador. É isso que permite a um Ser Angélico afirmar, como o fez Jesus: Eu e o Pai somos um.
Como podemos avaliar, não se trata de dizer que Jesus e o Deus-Pai sejam o mesmo indivíduo. Não se deseja estabelecer uma fusão mitológica em que um se funde noutro ou que um sai do outro, como Palas Atenas que nasce da cefaleia de Zeus. Não, não. Trata-se isso sim, de uma integração livre, em virtude do progresso alcançado pelo Filho que reconhece, acata e cumpre a vontade do Pai, num processo de perfeita identificação.
Cabe aos caminhantes da evolução planetária, que somos todos nós, desenvolver os próprios atributos espirituais, intelectuais, e morais, a fim de que possamos afirmar um dia”: Eu e o Cristo somos um, espelhando-nos na bela sentença do Apóstolo Paulo ao dizer: Já não sou eu quem vive, é o Cristo que vive em mim.Gl 2:20 Isso é ação integrada, a que permitiria ao Apóstolo dizer de outra forma: Eu e o Cristo somo um.
Jesus Cristo é para nós, então, a mais próxima referência de Deus que temos na Terra, nops ensinando a realizar a adoração ao Pai no nosso dia-a-dia, em espírito e verdade, por meio da transformação da nossa vontade limitada e pobre, na vontade soberana Daquele que paira sobre tudo como Motor Central da Vida do Universo.
Livro: QUEM É O CRISTO?. Francisco de Paula Vítor (Espírito), psicografia de José Raul Teixeira. Fráter Livros Espíritas. Niterói – Rio de Janeiro – RJ. 3ª Ed. 2008.
Manoel Ataídes Pinheiro de Souza CEAC Guaraniaçu – PR manoelataides@gmail.com