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Ruge na Terra tormenta renovadora.
O mundo social assemelha-se a grande cidade hesitando nos fundamentos.
O colapso de valores seculares da civilização, embora exprima ansiedade pelo que é novo, lembra a destruição do antigo cais, efetuada imprudentemente, sem construções que o substituam.
A licença desafia o conceito de liberdade.
A indisciplina procura nomear-se como sendo revisão de conduta.
É a tempestade de transição englobando lutas gigantescas e necessárias.
No entrechoque das paixões e das sombras, a missão espírita há de ser equilíbrio que sane a perturbação e luz que vença as trevas.
Para isso, se trazes o coração alerta na obra criadora e restauradora, recorda que não se te pedem exibições de grandeza na ribalta da experiência. Sê a frase calmante que diminui a aflição ou o copo de água simples que alivie o tormento da sede.
Inumeráveis são as lágrimas, não as aumentes. Enormes são os males, não os agraves.
Problemas enxameiam em toda parte, não os compliques. Sofrimentos abarrotam caminhos, não lhes alargues a extensão. Conflitos obscurecem a vida, em todos os setores, não os estendas.
Muita vez, perante as dificuldades dos tempos novos, solicitas aviso e rumo do Plano Superior para o seguro desdobramento dos deveres que te cumpre desempenhar. E, sem dúvida, os poderes da Vida Maior não te recusarão esclarecimento e roteiro. Entretanto, é justo ponderar que, se esperamos pelas Forças Divinas, as Forças Divinas igualmente esperam por nós. Saibamos, consequentemente, prestigiá-las e acolhê-las, em nossa área de trabalho e de ideal, estimulando a sementeira da paz e fortalecendo o serviço de elevação.
FIÉIS SEMPRE
Na equipe de serviço ao próximo, em que o Senhor te situou, aceitarás a nobreza de servir.
Muitos companheiros te falarão de obediência, incentivando o dissídio e outros muitos se referirão à prosperidade, apoiando a indolência.
Escutarás vozes diversas, apregoando renovação para se apagarem depois em desequilíbrio ou loucura e registrarás comovedores apelos à liberdade da parte de muitos que se encaminham para a rebeldia ou licença.
A nenhum deles cesurarás.
Compadecer-te-ás não9 apenas de semelhantes vítimas da ilusão, mas igualmente dos empreiteiros do mal que entretecem, inadvertidamente, a rede da sombra a que se precipitam nossos irmãos, para despencarem, eles mesmos, um dia, no bojo das trevas expiatórias.
Atravessando a ventania da discórdia ou da violência, da incompreensão ou da indisciplina, guiarás o barco da própria fé, assegurando lealdade ao rumo escolhido.
Manterás, por isso mesmo, a paciência e a compaixão por alavancas de apoio no trabalho que o mundo te deu a efetuar e usarás a ferramenta de ação de que o Senhor te muniu, na seara do bem, amparando e elevando sempre. De quando em quando, surgem os dias de tribulação maior na turma das boas obras, em cuja harmonia e eficiência deves colaborar. Esse irmão foi surpreendido pelo sofrimento e aquietou-se à margem da estrada, sem coragem para seguir à frente.
Outro sonhou com realizações fantasiosas e largou a construção em andamento, a fim de aprender que o tempo não confere autenticidade às edificações que não auxiliou a levantar.
Aquele outro preferiu descansar nas ilhas de imaginário repouso, atrasando o relógio da própria evolução.
Outro ainda admitiu que a tarefa espiritual lhe desprestigiava a dignidade e abandonou a oficina atendendo ao influxo de ambições desmedidas, de cujos desencantos no futuro voltará par o recomeço na ciência do bem. A todos bendirás e por todos orarás, consciente de que nenhum de nós até agora, se acha isento de precipitação nos mesmos erros.
Em meio, porém, de todas as ilusões e desvarios, sustentarás o amor ao próximo, como sendo a luz de tua marcha e, leal à própria consciência, ouvirás, a capa passo, a vos do Eterno Amigo a repetir-te nos recessos do coração: − E, entre todos aqueles que me seguem ou me procuram, o maior será sempre aquele que se fizer de todos o fiel servidor.
Livro: MÃOS UNIDAS. Emmanuel (Espírito). Por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. IDE – Instituto de Difusão Espírita. Araras – SP. 22ª Ed. 2002.
Manoel Ataídes Pinheiro de Souza, CEAC Guaraniaçu PR. manoelataides@gmail.com