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Considerável massa de companheiros da jornada terrena despende grande soma de tempo devido à reencarnação, nas lutas e desgastes em busca de recursos materiais, a fim de que os dias na Terra selhes transcorram em clima de abundância passageira.
É mais que compreensível o interesse em melhorar os padrões da vida terrena, superando dificuldades e deficiências, com vistas ao engrandecimento em todos os níveis.
O que nos há chamado atenção é o contingente de seres que, enquanto se enleiamnas pelejas transitórias da materialidade, pouca ou nenhuma preocupação denotam com as atividades da alma, com os conhecimentos religiosos, desleixando-se quanto à importância dos ensinos espirituais que, quando valorizados norteiam a vida interior das criaturas, impulsando-as para as bênçãos da paz e da alegria.
Avultam as mais curiosas justifivativas e explicações para essa omissão, quase que generalizada nos circuitos sociais, uma vez que muitos, ainda quando atrelados a uma fé exteriorizada através de cultos ritualísticos sem profundidade ou de cerimônias padronizadas e frias, mantêm-se alheados relativamente às responsabilidades e compromissos para com a vida íntima, com a afinação cuperior, com as posturas éticas que lhes ofereceriam segurança e paz, de modo que seguissem com fortaleza moral pelos roteiros à frente.
Uns afirmam que não sentem necessidade da religião. Estão bem, nenhum problema consigo ou com seu círculo familiar, e qualquer alteração que surja na caminhada resolverão com seus predicados pessoais.
Outros aduzem que, no seu caso, encontram respostas convicentes para as suas perguntas terrenais nos escaninhos da Ciência. Assim, a atividade religiosa não lhes faz falta.
Muitos chasqueiam dos que prosseguem ajustados ao contexto da fé dinâmica e segura, asseverando que são criaturas frágeis e psicologicamente carentes. Alegam que a religião se presta às mentalidades fóbicas, inseguras, inferiores…
Vários adiantam-se a explicar a validade da religião quando se pressente a morte ou quando chega a etapa senil do indivíduo, ocasião em que se valerá da fé para barganhar com Deus a própria salvação, para depois do passamento.
Todos se jubilam, se gloriam nos tempos da alegria passante ou da saúde enflorescente, como se a religiosidade não representasse necessidade preciosa para o reaparelhamento espiritual com o reabastecimento das baterias do Espírito.
É bem verdade que não nos referimos ao amontoado de fábulas e superstições, de obrigações escravisantes que mais infelicitam do que cooperam com a emancipação real do ser. Refletimos na bênção de uma fé imbatível, porque apoiada em fatos e nos raciocínios lógicos, coerentes, em redor das coisas da vida, que sempre se fizeram enigmas no questionamento milenário da humanidade. Essa, por certo, represenrá a religião iluminada pela fulguração9 do Evangelho do Reuinom, quanto pela rígida argumentação sustentada, capaz de atender às necessidade do cérebro e do coração, quais sejam as de raciocinar e sentir maduramente.
Se te achas nos circuitos da vida material, na carreira interminável pela posse da riqueza que serás constrangido a deixar no chão terrestre, para um instante e medita sobre os objetivos mais altos da existência. Não será possível conceber que todo o acervo de venturas, de lutas, de conquistas, tenha sido colocado pelo Autor da Vida em tua trilha, somente com o endereço da morte. Pensa nos dias da privavera pujante e florida, mas não te olvides da invernia que, quem sabe, logo ou mais tarde advirá, surpreendendo-te?
Não é sem razão que nos apoiamos na concitação do Apóstolo de Tarso ao jovem Discípulo que lhe seguia os passos no serviço do Cristo. Apressarmo-nos para chegar aos labores do bem, da redenção espiritual, enquanto não surge a nevasva inclemente, antes que chegem a borrasca gelada e o granizo atormentante, torna-se medida de prudência, que eleva o homem para que se uma a Jesus, nos dias de sol e festa n’alma, antecipando a hora escura e fria que o inverno representa…
Vem meu irmão, aos campos da fé inabalável, mas não postergues o ensejo. Apressa-te, enquanto vives as quadras dadivosas e descontraídas do tempo presente…
Livro: CINTILAÇÃO DAS ESTRELAS. Camilo (Espírito), psicografia de José Raul Teixeira. Fráter Livros Espíritas. Niterói – Rio de Janeiro – RJ. 2ª Ed. 2010.
Manoel Ataídes Pinheiro de Souza – CEAC, Guaraniaçu – PR manoelataides@gmail.com