Uma das imperfeições do caráter humano que merece cuidados especiais e correção adequada é a ingratidão.
Aqueles que lhe padecem o jugo, devem ser tidos como Espíritos adormecidos no primarismo de que têm dificuldade para conseguir a indispensável libertação…
Os ingratos conduzem o coração enregelado pelo egoísmo e vivem asfixiados na soberba.
Ignoram as bênçãos da alegria de retribuir, que constitui excelente conquista do processo da evolução.
Incapazes, porém, de discernir com claridade mental as ocorrências a sua volta e a respeito de si mesmos, atribuem-se valores que não possuem, acreditando-se credores de merecimentos que não existem.
São sagazes e ambiciosos, hábeis na arte de iludir e de conquistar, indiferentes na maneira de repartir.
Na sua vã cegueira, norteados pela presunção de que se sentem dominados, pensam que as demais pessoas têm o dever de servi-los, mesmo quando reiteradamente ingratos.
Usam a máscara da simpatia durante a necessidade, e, após atendidos, apresentam a carantonha da má vontade…
Transformam-se em parasitas sociais, sugando as energias dos operosos no bem como daqueles que se devotam à prática da misericórdia e da compaixão…
Recebem mil vezes e, se por alguma circunstância não podem ser atendidos na enésima vez, reagem, furibundos e insanos, como se houvessem sido gravemente prejudicados pelo seu próximo.
Ociosos, não se esforçam por mudar de situação através do trabalho, e, mesmo quando o conseguem, não modificam a estrutura da personalidade mórbida…
Aqueles que praticam o bem, aguardando, por sua vez, qualquer forma de retribuição, não diferem muito dos ingratos, sendo, igualmente, Espíritos necessitados.
Incapazes de doar desinteressadamente, negociam sob o disfarce da solidariedade, sempre aguardando a recompensa, que deve ser qualitativamente mais significativa… O Espírito lúcido e consciente do seu dever de humanidade, porém, nunca espera qualquer tipo de retribuição pelo que faz, porquanto experimenta o inefável prazer de ajudar…
Desse modo, nunca desanimes em razão das atitudes dos ingratos…
Os ingratos, antes de infelicitarem aos demais, são autoflagelaldores. Servindo-os, resgatas enganos e ações nefastas de ontem…
Tem, porém, cuidado para que não te faças ingrato nunca, seja qual for a justificativa que se te apresente.
Valoriza tudo quanto de seja oferecido e procura reconhecer que, talvez, não seja por mérito de tua parte, mas por bondade do teu generoso doador.
Retribui, então, tudo o que recebas, com um sorriso ou uma palavra gentil, um gesto de ternura ou uma ação de equivalente significado.
Se não desejares parecer preocupado em retribuir para nada ficares a dever, faze a outrem conforme foi feito em relação a ti.
Livro: ILUMINAÇÃO INTERIOR. Joanna de Ângelis (Espírito). Psicografia Divaldo Pereira Franco. Livraria Espírita Alvorada Editora. 3ª ed. Salvador. BA. 2015.
Manoel Ataídes Pinheiro de Souza. CEAC. Guaraniaçu – PR. manoelataides@gmail.com