VALORES REAIS

“Eu não aceito glórias que vêm dos homens. Jesus (João, 5:41)

Sem qualquer sombra de dúvida, a criatura humana só experimenta decepções e amarguras, no campo das relações sociais, pelo desprezo dado aos ensinos do Mestre Jesus.

É por demais comum ao homem terreno construir sua felicidade sobre os alicerces das considerações do mundo. Costuma estar feliz quando usufrui prestígio público, quando gozam de renome às áreas em que atua, quando conta com o aplauso dos amigos, quando, enfim, conduz o ego inflado de tantas glórias de características bastante precárias em se considerando os diversos acidentes do percurso humano.

Ninguém será capaz de menosprezar a importância de alguém ser benquisto… Entretanto, queremos enfocar os episódios em que as considerações exteriores ganham tamanha importância que muitas pessoas se descompensariam, caso tivessem que viver sem elas.

Para grande número de almas, mais vale o reconhecimento ou a bajulação externa do que a verdade, propriamente. Daí, incontáveis levas de indivíduos adotarem a mentira como padrão de comportamento na vida a fim de que não se privem das gloríolas mundanas, ainda que seja por um dia.

Nesse caminho, compram-se títulos acadêmicos, diplomações sociais, posições políticas, currículos artísticos, emblemas profissionais quando se deseja evidenciar ou destacar o que não é legítimo, o que não é verdadeiro, o que não é de fato. Quantos perdem o bom humor quando não são convidados para alguma festividade, pretextando desconsideração para com o seu nome?

Quantos os que se põem irritados por não verem seus nomes nas colunas sociais dos periódicos, onde julgavam devessem aparecer?

Quantos são os que se mostram azedos quando não são convidados para composição de mesas, de bancas, de comissões, de lideranças e outras coisas mais que têm tudo a ver com as vaidades do mundo, e nada a ver com a verdade que deve ser buscada na vida?

Jesus ensina que aquele que quiser destacar-se, no reino dos céus, seja o servidor de todos, na Terra (Mt 23:11). É todo um esforço de valorização da humildade dignificada pelo trabalho.

O exemplo do Senhor de Nazaré é marcante. Ele foi chamado de rei, de príncipe dos demônios, de senhor dos espíritos, de blasfemo. Os encômios não Lhe encheram os olhos nem Lhe subiram à cabeça; as agressões, por sua vez, não O deprimiram nem O desestimularam ante os compromissos que trazia para atender, porque reconhecia a compreensível relatividade e precariedade do emocionalismo das massas.

Até os dias presentes, a porcentagem da humanidade que já ouviu falar sobre Ele continua a dar-Lhe títulos, rotulações, nomeações, que não O perturbam, seja qual for seu caráter ou intenção. Uns chamam-No deus; outros dizem-No profeta; outros mais O chamam de impostor. Alguns O querem nivelar aos homens comuns enquanto vário O desejam divinizar.

Enquanto as opiniões divergem em relação a Ele e Seu ministério, Ele prossegue intocável em Sua pulcritude, em Sua fulgurância, deixando-se tocar tão só pela sincera honestidade dos corações humanos que O amam, que O servem, que O seguem em qualquer ponto do planeta…

Jesus Cristo nos ensina a tomar os últimos lugares nos festins, a fim de que possamos treinar desapegos a posições sociais…

Do Livro: QUEM É O CRISTO?. Camilo (Espírito), José Raul Teixeira (médium). Fráter Livros Espíritas. Niteroi. Rio de Janeiro. RJ 2004. 3ª Ed. p.49

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