Caro leitor:

Tendo em vista os acontecimentos mundiais, especialmente os que se desdobram no Oriente Médio, convido-o a pensar sobre a liberdade. As imagens do Afeganistão onde as pessoas em fuga, tentando a qualquer custo fugir de um regime autoritário e insano faz com que esta reflexão venha permeadas de questionamentos.

O que é ser livre? Em um regime democrático é fácil responder basta descrever os direitos preservados de ir e vir, liberdade de expressão, liberdade de expressão religiosa e outros fatores que poderíamos enumerar.

Já no contexto mais subjetivo liberdade se refere independência, capacidade de escolha e nesta esfera somos confrontados com nosso desejo, com aquilo que nos aprisiona. Parece confuso ou ambíguo pensar que numa democracia cheia de livre arbítrio existam sujeitos prisioneiros. Pergunto: Quem é livre pra escolher quando se está preso a uma única opção?

Afirmo isso visto que muitos de nós estão presos de forma estrutural ou inconsciente em nossas escolhas, nos preconceitos, nos julgamento do outro, nas infindáveis e até cruéis opiniões que aparecem em comentários nas redes e por fim nos laços sociais que formamos por sermos seres sociáveis.

Estar preso a tudo isso cerceia a tão sonhada liberdade. Ser livre primeiro deve partir de uma decisão própria muito subjetiva, mais capaz de produzir efeitos duradouros e transformadores no sujeito, ser livre primeiramente depende de aceitação de quem se é, dessa dicotomia nasce o respeito pelo outro, e quando esse respeito é mutuo é estendido a todo nosso círculo social.

Liberta-se de si mesmo não é tarefa fácil, carece de aprender a separar nas atitudes aquilo que nosso eu narcisista não identifica, carece de ouvir, aquilo que falamos (ou não ousamos falar) em frente ao espelho. Talvez depois desta conquista pode-se nominar com um alforriado.

Até o próximo encontro aqui ou na terapia…

@neziapsicologa.

Crp:08/31716.

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