Desde pequena admirava a mãe pelos seus muitos talentos.
Ela era carinhosa, atenciosa com tudo e com todos.
Preparava pratos deliciosos, pães, bolos e doces especiais.
Costurava, bordava e tricotava com esmero, tanto para os seus como para doação às crianças necessitadas.
Trazia nos lábios palavras de simpatia e amor.
Mas havia uma pessoa que parecia não perceber toda essa dedicação.
Era seu pai. Nunca estava satisfeito com o que ela fazia.
A menina via que a participação do pai em casa se resumia na manutenção material, dizendo que o resto não era sua obrigação.
Adolescente e mais consciente da realidade da vida, perguntou à mãe porque se casara com seu pai, e como conseguia aguentá-lo.
A mãe a abraçou e, em tom de brincadeira, disse sorrindo que: O amor é cego. Depois completou: Minha filha, Deus tem suas formas de unir aqueles que precisam se ajudar, para juntos evoluírem.
Acentuou que o pai tinha suas qualidades. Precisava, somente, adentrar um pouco pelo campo do sentimento.
Como tivera uma educação rígida, natural que se portasse daquela forma.
Enfatizou que ele deveria ser reconhecido pelo sustento do lar, graças ao qual a ela sobravam horas para acompanhar de perto os filhos.
Confessou que gostaria de ver seu marido mais participativo em casa. Contava que, agora, os filhos crescidos a pudessem auxiliar nisso.
Quem sabe, falou, se todos procurássemos envolvê-lo nos nossos diálogos, na busca de soluções para as nossas dificuldades, conseguiríamos despertá-lo para um envolvimento maior, alcançando o objetivo que desejamos.
Acalmou a filha, destacando o cuidado que devemos ter com certas cobranças, porque cada um só pode dar o que tem.
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As qualidades pessoais estão relacionadas ao grau de crescimento espiritual.
Quando ainda preso aos chamados materiais, o ser não registra devidamente o âmbito ético e sentimental.
As ideias estão muito restritas à vida física, às sensações e aos sentimentos rudimentares.
Nessa fase é comum acreditar que o importante na vida é trabalhar para satisfazer os instintos primários, comer, beber, procriar.
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Sendo Deus Pai de amor e justiça oferece chances de aperfeiçoamento para todos os filhos Seus.
A maior oportunidade se faz quando renascemos e vivemos em família, na qual os que sabem ensinam os que ainda não aprenderam.
Por isso, Deus estabelece que nas famílias haja almas dedicadas que auxiliam a caminhada dos demais.
São familiares que convivem, oferecendo exemplos altruístas, positivos.
São os que já conseguem vislumbrar a realidade espiritual da vida e se esforçam por viver sob essa perspectiva de crescimento.
Renunciam aos prazeres da Terra, se resignam com as dores, mas não abandonam amores que deles necessitam.
Assim como os bons Espíritos inspiram boas ideias, essas criaturas nos ensinam como viver melhor.
Sentem-se felizes com a nossa felicidade.
Realizam-se com a nossa realização.
Seus exemplos de paciência e de amor devem sempre ser valorizados, porque esses oferecem o que têm.