A importância da leitura e da análise do que se lê (2021)

O ano de 2021 em pouco diferiu de 2020 passando a impressão de ser sua continuidade. A pandemia parece já durar uma década, tamanha as limitações impostas à normalidade das relações sociais. A realidade socioeconômica observada diariamente nas ruas e os noticiários sobre o péssimo desempenho da economia nacional também não ajudam nenhum pouco. O ano de 2021, tal como o ano anterior, foi extremamente desgastante do ponto de vista físico, mental e emocional. Sendo a leitura algo que me proporciona relaxamento e prazer, foi na leitura que consegui um pouco de paz ante o desastroso cenário socioeconômico que se descortina para a maioria da população brasileira.

            Ao contrário do que planejava, não escolhi de forma criteriosa minhas leituras tomando como base os parâmetros levantados pela análise das leituras do ano anterior. Tendo em vista que a vida é curta, optei por ler obras de autores famosos com os quais não havia tido nenhum contato. Embora não houvesse a intenção deliberada, li setenta e dois livros, cinco a mais do que em 2020. Afinal, mais importante que a quantidade de livros que se lê é a qualidade da literatura lida.

            Como afirmei em artigo anterior, a iniciativa deste artigo não é a de se gabar, mas, a de inspirar. Algumas pessoas já me disseram que se iniciaram no hábito da leitura (ou a ele regressaram) ao ler as resenhas de livros que publico. Digo que também fui influenciado em tal sentido por mestres(as) que tive em toda a minha vida estudantil. Também foi assim quanto ao ato de escrever. A vida é uma troca entre gerações, apenas repasso as boas energias que recebi. No ano que passou em relação a autoria/continentes, assim foram as minhas leituras: Oceania: 1,4%; Ásia: 12,5 %; África: 2,8%; Europa: 33,3%; América: 50%. Das leituras de obras de autores americanos, a América Latina parece com 73% e a América Anglo-Saxônica com 27%. Quanto a leitura de obras latino-americanas por país: Brasil: 92% (33,3% da leitura global); Colômbia: 8%. Quanto a autoria/gênero das leituras realizadas: 77,8% sexo masculino e 22,2% sexo feminino. Outubro foi o mês que li mais (10 livros) e o mês que li menos, tal como em 2020, foi Maio (1 livro) e isso se explica pela sobrecarga do trabalho no Magistério nesta época. A partir desta análise, desejo ler em 2022 mais obras de autores latino-americanos (além do Brasil), africanos, asiáticos e, também mais obras de mulheres. Também decidi desencalhar os maiores calhamaços da estante, portanto, isso implicará em uma menor quantidade de livros a serem lidos ao longo de  2022.

             As dez melhores leituras foram: 1. Bolívar: O libertador da América (Marie Arana); 2. Torto Arado (Itamar Vieira Júnior); 3. Memorial de Maria Moura (Rachel de Queiroz); 4. Olga (Fernando Morais); 5. Flores para Algernon (Daniel Keyes); 6. Silêncio (Shusaku Endo); 7. A morte de Olivier Bécaille (Émille Zola); 8. O amante de Lady Chaterlley (D. H. Lawrence); 9. A escrava Isaura (Bernardo Guimarães); 10. Todo dia (David Levithan). Como sempre faço, para evitar injustiças atribuo menções honrosas para as seguintes obras: A Consolação da Filosofia (Boécio); 24 horas da vida de uma mulher e outras novelas (Stefan Zweig); Eu acuso! A verdade em marcha (Émille Zolla); Relato de um náufrago (Gabriel García Márquez); Notas do subsolo (Fiódor Dostoiévski); Depois de Auschwitz (Eva Schloss); O curioso caso de Benjamin Button (F. Scott Fitzgerald); Os dez dias que abalaram o mundo (John Reed); Uma esperança mais forte que o mar (Melissa Fleming); Cabul no inverno: vida sem paz no Afeganistão (Ann Jones); O livreiro de Cabul (Asne Seierstad); O harém de Kadafi (Annick Cojean).

            Em se tratando de boas leituras, foi um ótimo ano. Agora é escolher as leituras deste ano e torcer/orar pelo fim da pandemia!

P.S. Segundo pesquisa do Instituto Pró-Livro (2021) a média de leitura do brasileiro é de 2,43 livros por ano. Que tal participar na melhora desse índice? O país e, principalmente VOCÊ, só tem a ganhar!