Há um número considerável de famílias que possui em seu meio um filho pródigo. E se for filho único? Pior ainda. Os motivos de afastamento da família são vários: desavença com os pais, irmãos, (quando tem), bebida, drogas etc. A falta de fé em Deus, e que Deus é qualquer coisa menos alguém capaz de colocar alegria em suas vidas. Pensar nele não trás boas recordações e, por isso, o “excluíram” de suas vidas. Alguns, no entanto, recordam a parábola do filho pródigo da bíblia, mas nunca a tenham escutado com o coração e tomado como referência para o que deve ser o comando da família. O verdadeiro protagonista dessa parábola é o pai. Por duas vezes repete o mesmo grito de alegria: “Este meu filho estava morto, e voltou a vida”; estava perdido e eu o encontrei”. Este grito revela o que há em seu coração de pai. A este pai não interessa sua honra, seus interesses, nem o tratamento diferenciado que lhe dão os seus dois filhos, no caso da parábola. Não utiliza nunca uma linguagem moral. Só pensa na vida do seu filho: que não fique destruído, que não continue morto, que não viva perdido sem conhecer a alegria da vida. O relato descreve com detalhes o encontro surpreendente do pai com o filho que abandonou o lar. Estando, ainda, longe, o pai o viu, com fome e humilhado, e ficou comovido. Este olhar bom, cheio de bondade e compaixão é o que nos salva, que salva um filho, que salva uma família. Deus nos olha assim. Então o pai corre ao encontro do filho ingrato. Não é só o filho que volta para casa, é o pai que corre ao encontro do filho e o abraça com grande ardor. Diz um texto: “Atirou-se ao pescoço e pô-se a beijá-lo”. Assim está sempre Deus: com seus braços abertos para quem volte para Ele. Assim deveria ser todo pai. Mais adiante o filho começa sua confissão que preparara longamente em seu interior. O pai o interrompe para poupar-lhe mais humilhações. Não lhe impõe castigo algum, não lhe exige nenhum rito de expiação, não lhe põe condições para acolhê-lo em casa. O pai só pensa na dignidade de seu filho. Mando trazer o melhor vestido, o anel e as sandálias, símbolos de dignidade, para entrar em casa. O filho deve conhecer junto a seu pai a vida digna e ditosa que não pode desfrutar longe dele. Quem ouve esta parábola com o coração talvez chore de alegria e agradecimento. Sentirá que, no mistério último da vida, há alguém que nos acolhe e perdoa porque só quer a nossa alegria, nossa felicidade: o Pai que está no céu, referência divina para toda paternidade humana. A parábola da Bíblia conta a história moderna, alguns voltam para “pegar” mais um pouco e retornam ao mundo do vício e não estão nem aí para o sofrimento dos pais. Cada andarilho, e morador de rua, tem uma história, quase sempre muito triste. Apesar de tudo, tem Alguém, para recebê-los de braços abertos.
VIOLÊNCIA GERA VIOLÊNCIA
Que violência atraí e gera mais violência é uma constatação histórica. Nem todos e nem sempre as pessoas estão dispostas a “oferecer a outra face”, isto é, quando agredidas, responder com uma palavra tranqüila que leve o agressor a refletir sobre a injustiça da sua agressão. A opção do diálogo para construir a paz parece ser sempre uma utopia, fraqueza ou ingenuidade. O episódio da derrubada das torres gêmeas em Nova York, com milhares de vítimas inocentes, levou ao massacre retaliador de dois povos, de duas nações: Afeganistão e Iraque. Com centenas e milhares de vítimas inocentes. Na guerra histórica entre palestinos e israelenses, cada agressão de uma das partes é respondida por outra, mais violenta, mas mortífera, com mais mortes inocentes. Quando vamos compreender que violência só gera mais violência e que diálogo é sempre a melhor e a mais humana opção? Não envergonhemos nossos irmãos animais…