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Passamos para a segunda parte do título: os ganhos.
A esta altura, alguém pode estar se perguntando que tipo de ganho a morte pode nos trazer? Ou devemos falar em agradecer pela vida. Pela tradição cristã, a morte é um divisor: termina ali a vida material e começa a eterna… Nós chamamos e até nos desesperamos com a morte e nos esquecemos de agradecer o ganho da presença dessa pessoa tantos anos ao nosso lado. É comum ver algumas pessoas contestando a ação do Criador como se ele fosse o responsável ou houvesse ‘matado’ nosso parente ou amigo. No entanto, essas pessoas se esquecem de agradecer pelo ganho de vida pelos tantos anos que aquela pessoa esteve em nosso meio. A vida é um dom de Deus e, como tal, deve ser convertida em ação de graças. A morte é fruto de nossa fraqueza, vulnerabilidade e limitação.
Receber notícias tristes sobre o falecimento de parentes, amigos, ex-colegas são fatos para os quais ninguém está preparado, muito menos os mais chegados. Nesses eventos, cada um reage de um jeito. Em um velório, o que chamou mais atenção foi uma moça reportando-se à morte do pai: ‘jesus chamou meu velho…’
Na morte, opondo-se à separação da pessoa amada, devemos dar atenção à alegria e ao ganho de seu convívio exemplar por tantos anos. A morte gera uma saudade eterna, é verdade, mas devemos senti-la enriquecida pela lembrança e pela gratidão da vida humana que se transformou em uma nova etapa de glória e eternidade.
Fechamos para sempre os olhos a este mundo, pois a vida não nos é tirada, mas transformada e para melhor. É a esperança de todo ser humano porque ‘na morte não é certo dizer que perdemos uma pessoa’. A gente nunca perde aquilo/aquele que se tem no coração.