PRESERVAR EMPRESAS

Com o fim da II Guerra Mundial, (1939-45) uma Alemanha arrasada tentava ressurgir das cinzas. Dividida em quatro zonas de ocupação pelos Aliados isto é, Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética (Rússia). Os aliados ocidentais Estados Unidos, França e Inglaterra formaram um governo pós-guerra proclamando a República Federal da Alemanha, tendo como capital a cidade universitária de Bonn. Teodor Heus e Korad Adenauer, presidente e chanceler da Nova República. A União Soviética com sua zona de ocupação, criou a República Democrática da Alemanha (DDR) que de democrática nunca teve nada. Walter Ulbricht nomeado chefe pelos russos, e a capital uma parte de Berlim. A DDR durou até a queda do Muro em 1989. Houve então a reunificação, e Berlim voltou a ser novamente a capital da Alemanha. Os alemães trabalharam mais uma vez arduamente, para reconstruir a parte sucateada que receberam dos Russos. Voltando ao pós-guerra em 1945, os Aliados Ocidentais, foram mais inteligentes e optaram em preservar as empresas que haviam cooperado com o governo nazista: Volksvagen, Hogo Boss, BMW, Deutsche Bank, Dainmler-Benz e, algumas menores. Nenhum desses gigantes, que ajudariam o país a se transformar na potência atual, teria sobrevivido sem aquela sábia decisão. Mas, tiveram o cuidado de excluir a Krupp, fábrica de material bélico, aquela que no século 18 fabricou os primeiros canhões. Até hoje, a marca Krupp não foi totalmente apagada. Em 1769 o primeiro automóvel foi inventado na Alemanha e, o motor era movido a vapor. E o primeiro automóvel movido à gasolina, foi construído em 1885, também na Alemanha, por Karl Benz, dezoito anos antes de Henry Ford vender seu primeiro carro. Portanto, Henry Ford não foi o primeiro inventor de carro, e sim, o primeiro fabricante em série.

Inventores e empresas geram riquezas. Não só para seus donos e empregados. Elas geram riquezas para seus parceiros, revendedores, fornecedores, clientes, governos e todos os que estão à sua volta. É o chamado ecossistema de prosperidade nos dias de hoje, século 21. Quando se fala de uma empresa, pensa-se apenas na marca ou em seus donos. Poucos imaginam, por trás de uma logomarca há muitas pessoas que vivem dela. Com a tecnologia hoje tão avançada, os países com o maior número de multinacionais, são também os mais ricos. O Brasil, por breve período chegou a ter empresas nacionais em destaque no mercado mundial. Hoje como se lê, poucas resistem. Segundo o Boston Consulting Group, o Brasil só tem duas empresas nacionais que são consideradas desafiantes globais, ou seja, com potencial para assumir a liderança mundial no segmento em que atuam. Esse encolhimento se deve a vários fatores como: crise no mercado interno, instabilidade política, falta de reformas necessárias, e claro corrupção sem precedentes que abalou o país. Muitas dessas empresas assinaram acordos de leniência acreditando que poderiam se salvar e ajudar a salvar o país. Não foi o que aconteceu. Os acordos deveriam ter como objetivo preservar as empresas que assumiram seus erros e, colaboraram com as investigações. Puni-las sim, mas não quebrá-las. Na prática, elas se tornaram reféns da burocracia estatal, e expostas a todo tipo de represália. Todas as pessoas físicas ou jurídicas, cometem erros. Pergunta-se hoje, o que teria acontecido com a Alemanha em meados de 1945, se numa falta de visão e em nome de uma suposta justiça histórica para atender o clamor público internacional, tivesse decidido aniquilar as empresas do país e a famosa “Made in Germany”? é de se esperar que as autoridades brasileiras sigam o exemplo alemão, em vez de destruir optem pela preservação da fonte de prosperidade.

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