Na dúvida, siga o líder. O presidente do Brasil Jair Messias Bolsonaro, que visitou a Rússia às vésperas da invasão da Ucrânia e declarou “solidariedade”, aos russos recusou-se a condenar o ataque e avisou que o Brasil é “neutro’’. O Itamaraty faz o que pode para botar o país no lugar certo, mas todo mundo sabe onde Bolsonaro está.
Faz sentido que o Bolsonaro que defende a ditadura e tortura, apoie Putin, um ditador fascista e homofóbico que acredita na lei do mais forte, mata inimigos e massacra populações, como fez na Chechênia e faz agora. E que quer recriar um passado idealizado e glorioso (o Império Russo).
A esquerda brasileira também ficou tonta. A visão geopolítica tradicional de nossa esquerda tem três linhas básicas:
• Contra os Estados Unidos;
• A favor de ditaduras de esquerda;
• Contra ditaduras de direita;
Até o fim da Guerra Fria era fácil conciliar as três linhas,hoje é impossível. Grande parte da esquerda, PT é penduricalhos incluídos, optou pelo antiamericanismo.
o PT condenou a “política de longo prazo dos Estados Unidos de agressão à Rússia e de expansão da Otan’’, mas nenhuma palavra sobre a agressão da Rússia à Ucrânia. O ex-chanceler petista Celso Amorin é “contra as sanções” (mas não contra a Rússia) e “a favor do diálogo” mas não da Ucrânia.
Lula ainda se manifestou: “ninguém pode concordar com ataques militares de um país contra o outro”, não mencionou Rússia nem Ucrânia.
O mundo inteiro está unido em defesa da Ucrânia, mas as principais lideranças brasileiras são incapazes de defender a democracia com firmeza. Ai sim, nos ficamos na vanguarda de atraso.