Um caso modelar de influência de vontade própria, da esperança e da fé sobre a saúde de uma pessoa foi revelado por Bernie Siegel em seu Amor, Medicina e Milagres. Trata de um senhor Heinz, que padecia de câncer dos gânglios linfáticos.
Internado com tumores do tamanho de laranjas no pescoço, nas axilas, na virilha, no peito e no abdômen, ele só podia respirar com a ajuda de aparelhos; um duto retirava diretamente de um a dois litros de líquido de seu tórax. Considerando um paciente terminal, Heinz ouviu certo dia que um novo medicamento contra o câncer, chamado Krebiozen, estava em testes, e implorou a seu médico para poder participar do experimento.
O remédio era destinado a pacientes com expectativa de três a seis meses de vida – mais longa que a de Heinz – mas mesmo assim ele conseguiu que lhe administrassem uma dose, numa sexta-feira. Na segunda-feira seguinte, o médico de Heinz retornou ao hospital com uma cena surpreendente: seu paciente andava pelos corredores, rindo e conversando com as enfermeiras. Um exame mostrou que os tumores haviam diminuído 50%. Com mais duas semanas de tratamento, Heinz não apresentou mais nenhum sinal da doença. Recebeu alta e voltou para a casa.
Dois meses depois, começaram a surgir nos jornais e na TV notícias que punham em dúvida a eficiência do Krebiozen. O corpo de Heinz, que até então estava bem, voltou a manifestar a presença de tumores. Seu médico, suspeitando que o efeito placebo estava por trás da recuperação e da recaída do paciente, decidiu contar-lhe que as notícias se referiam a um pequeno lote do Krebiozen com problemas e que uma nova versão do medicamento, bem mais forte, deveria chegar no dia seguinte ao hospital.
Heinz aguardou com muita expectativa e fé renovada de sua hora de tomar o remédio. O médico preparou a ocasião como se fosse um grande momento para a medicina, mas a injeção que aplicou continha apenas água destilada. O resultado foi ainda mais surpreendente do que da primeira vez: os tumores desapareceram e o paciente recebeu alta.
Dois meses mais tarde, a Associação Médica Americana divulgou seu veredicto final sobre o Krebiozen: o remédio era inútil no tratamento do câncer. Heinz voltou a manifestar sintomas da doença e morreu dois dias depois.
Fonte: Livro da Família