Responsivo

Onde fica o céu?

Nesse mês, no último dia 15, comemorou-se o dia da gestante! Gestar é um movimento de abertura à vida! Carregar uma vida no ventre é a maior atitude de coragem, renúncia e amor!

Desde o princípio, na maioria das culturas e religiões, a fertilidade feminina é ligada ao sagrado. Para a cultura judaica não poder gerar uma vida era considerado um castigo,uma maldição. Nas narrativas bíblicas, algumas das maiores matriarcas, só receberam o dom ter  um filho após ação de Deus. 

No contexto atual, em que a nossa feminilidade, muitas vezes, é vinculada a fragilidade e também negada pelo fato de que numa sociedade patriarcal, conservadora e competitiva, aceitá-la, por um lado é submeter-se  e, por outro,  ser mãe é estar fora do jogo da igualdade que tanto buscamos.

Mas desde os primórdios da humanidade não se pára de fazer gente, umas planejadas, outras chegam como surpresinhas! Gestar, apesar de ser um ato fisiológico essencialmente feminino, muitas vezes é compartilhado! Com o avanço da medicina e da tecnologia é possível  gerar uma  vida por amor multiplicado. Exemplo esse, quando uma avó gesta um neto, uma tia gesta um sobrinho, ou simplesmente por dinheiro, quando uma desconhecida gera dentro de si uma vida, para logo depois do parto, entregá-la àqueles que irão amá-la eternamente.

Independente de como ocorre esse processo, todas as mulheres que escolhem gerar uma vida passam pelos mesmos processos que vão do riso ao choro em questão de instantes, pois haja instabilidade hormonal! Da quase parada cardíaca ao ver o teste positivado, ao coração disparado na primeira ultrassonografia. Da surpresa e emoção do primeiro chute, ao desespero do feto que passa mais de 24 horas quietinho!

Considerado um dos momentos de maior beleza de uma mulher e, certamente, é. É a plenitude da vida a  manifestar-se, mas também,  momento de muitas adaptações e mudanças, por vezes, dolorosas e até decepcionantes! O despreparo para lidar com a situação acontece com a grande maioria das mulheres, levando-as a mergulhar num mar de dúvidas, medos e preocupações. 

Logo aparecem os primeiros enjoos, os quilinhos que talvez nunca mais sejam perdidos, as estrias que marcarão seus corpos para sempre. As futuras mamães são tomadas pelos mais variados tipos de medos, dos mais sérios como de que seu rebento não seja saudável, até os mais bizarros: “Será que meu bebê vai parecer com quem?” ou “vou pagar os pecados pela minha língua grande quando julguei os filhos dos outros?”. A preocupação entre conciliar a carreira e a maternidade tira-lhes noites de sonos, enquanto carregam seus filhotes no ventre, mas depois, muito mais, quando olham para aquelas carinhas angelicais recém vindas ao mundo e lembram que logo, logo terão que voltar ao trabalho.

Gestar uma vida, vai muito além de colocar alguém no mundo. A palavra gestação vem do Latim gerere, gerar e tem como sinônimo a palavra gravidez que também tem origem do Latim gravis,  que significa pesado, importante, também significa gravidus  que é o que carrega, que leva um peso. Sim, carregamos no ventre e nos ombros o peso da gestação, mas é no colo que acolhemos nossos rebentos, com a leveza  e doçura de quem sabe o milagre que é a vida!

Deixe um comentário