Onde estão os nossos filhos

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No começo era um olhar profundo no olhar, sorrisos, muito romantismo com declarações de amor eterno. Passeios, abraços e beijos, era a atração física pelo oposto e a paixão que confundiam as mentes.

Após um tempo, o casamento, com aquela enorme festa, com muitos amigos e convidados. Estava tudo lindo, a decoração, a música, o jantar, a valsa.

De repente uma notícia: amor, acho que estou grávida. Jura? Meus Deus, quanta felicidade. Os dois se enchem de alegria e começa a preparação para receber aquela criança.

Os filhos vão embora

O tempo não passa para fazer o teste se é menina ou menino. O quartinho é pintado, o berço em um canto com brinquedos para todo lado.

A mesa fica maior e a cadeirinha é colocada no meio. Após algum tempo chega outro filho, e outro, e outra, a mesa é trocada por um bem maior, o amor e a união correm solto, é uma família muito unida.

Passaram-se 20, 30 anos, os filhos casam e vão embora, a casa começa a ficar vazia, alguns filhos aparecem de vez em quando esporadicamente.

Os pais estão velhos, sozinhos e tristes naquela mesa enorme, só eles dois. A mãe pergunta: bem, será que os filhos vêm para o Natal? Não sei amor, acho que sim.

Então é natal e o que você fez

Nesse momento toca o telefone: mãe, desculpa, mas acho que não vamos este ano, não vai dar. A empresa está com muito serviço e depois vamos viajar com as crianças. Dá um abraço no pai e diga para ele que gostamos muito de vocês.

Os dois se olham mudos, o rosto se fecha e algumas lágrimas escorrem pelo rosto, os presentes para os netinhos já tinham sido comprados.

Os dois lançam um suspiro como descarregando a alma. Nesse momento as luzes do pinheirinho ficam piscando e toca uma música no radinho da cozinha na voz da Simone: então é Natal, e o que você fez, o ano termina e começa outra vez…

Desejo um feliz e santo Natal para todos meus leitores e apoiadores.