Ministério do Esporte estuda reajuste do Bolsa Atleta após 12 anos

O programa é considerado um dos maiores do mundo de patrocínio direto aos desportistas e tem o objetivo garantir condições mínimas de preparação aos atletas a partir dos 14 anos de idade

Nesta terça-feira (19), o Ministro do Esporte, André Fufuca, revelou que o governo federal está considerando um reajuste no programa Bolsa Atleta a partir do próximo ano, após 12 anos de congelamento do benefício. O anúncio ocorreu após uma reunião no Palácio do Planalto, onde o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma delegação de atletas que participaram dos Jogos Panamericanos e Parapan-Americanos em Santiago, Chile, entre outubro e novembro.
O Ministro destacou a importância do encontro, ressaltando que o Presidente Lula fez questão de receber os atletas que representaram o Brasil nos referidos jogos. Ele enfatizou que o Bolsa Atleta e o Bolsa Pódio, programas essenciais há 10 e 12 anos, respectivamente, não receberam qualquer reajuste nesse período, mas o governo federal está sensível à necessidade de avançar em resposta a essas demandas.

Reajuste
André Fufuca explicou que o reajuste visa corrigir a falta de ajuste para a inflação ao longo desses 12 anos. O Bolsa Atleta foi criado em 2005 durante o primeiro mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo considerado um dos maiores programas de patrocínio direto a atletas no mundo. Seu propósito é garantir condições mínimas de preparação esportiva para os atletas brasileiros a partir dos 14 anos.
A política pública esportiva é dividida em seis categorias, incluindo Base, Estudantil, Nacional, Internacional, Olímpico/Paralímpico e Pódio, sendo esta última destinada a atletas de elite. Os repasses mensais variam de R$ 370 (base) a R$ 15 mil (pódio). Em 2023, o programa alcançou um marco histórico, beneficiando 7,4 mil atletas.
O objetivo do programa é permitir que os bolsistas de alto desempenho se dediquem exclusivamente ao treinamento e às competições em diversos níveis, desde locais até os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Nas últimas edições desses eventos, realizadas em Tóquio em 2021, a maioria esmagadora dos participantes da delegação olímpica (80%) e paralímpica (95%) eram bolsistas do programa federal.

Destaque
O desempenho histórico da delegação brasileira nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago foi destacado, conquistando 343 medalhas, incluindo 156 de ouro, 98 de prata e 89 de bronze, superando significativamente outros países. Nos Jogos Panamericanos, o Brasil também obteve um recorde com 205 medalhas, ficando em segundo lugar no quadro geral de medalhas, atrás apenas dos Estados Unidos. O país conquistou 40 vagas para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024, totalizando 143 vagas garantidas para o próximo ano. Dessa impressionante delegação, 73,8% são beneficiários do Bolsa Atleta.