Protestos universitários pró-palestina acontecem em todo o mundo

Da Austrália ao Reino Unido, manifestações em solidariedade aos palestinos em Gaza se espalharam por universidades nas últimas semanas

As manifestações de solidariedade com os palestinos em Gaza, sob cerco israelense, têm se espalhado pelos campi universitários nos EUA e globalmente. Mais de 2 mil pessoas foram presas em campi americanos desde abril, gerando debates sobre liberdade de expressão e acusações de antissemitismo. Além dos EUA, protestos ocorrem em campi na Europa, Ásia e Oriente Médio. As demandas dos manifestantes variam, mas muitos pedem que as faculdades desinvistam de empresas que apoiam Israel e a guerra em Gaza. A seguir veja alguns países que tem protestos pró-Palestina.

Austrália

Nas últimas semanas, acampamentos de protesto surgiram em sete universidades na Austrália, com destaque para a Universidade de Queensland em Brisbane. Esses acampamentos expressam solidariedade aos palestinos em Gaza e aos manifestantes estudantis nos EUA. Os estudantes pela Palestina exigem que a universidade revele suas conexões com empresas e universidades israelenses e corte laços com fabricantes de armas. Até agora, não houve cenas violentas como as registradas nos EUA. Na Universidade de Sydney, cerca de 50 tendas foram montadas, onde os manifestantes passam a noite.

Reino Unido

Os protestos têm ocorrido em universidades de todo o Reino Unido desde o início da guerra de Israel em Gaza, com alguns grupos montando acampamentos nos últimos dias. Na Universidade de Newcastle, um pequeno acampamento foi erguido em um gramado em frente aos prédios da faculdade, conforme mostrado em vídeos e fotos nas redes sociais. O grupo, chamado “Newcastle Apartheid Off Campus“, busca o fim da parceria da universidade com empresas de defesa que fornecem a Israel. Além disso, estudantes de outras cidades inglesas, como Leeds, Bristol e Warwick, também montaram tendas em seus campi em protesto contra a guerra em Gaza. Esses protestos têm recebido críticas de alguns grupos de estudantes judeus, que pedem às universidades que levem mais a sério seu dever de cuidar dos estudantes judeus.

França

Em Paris, houve protestos pró-Palestina nas universidades Sciences Po e Sorbonne no final de abril. A polícia francesa interveio, removendo manifestantes da Sorbonne em (29) de abril e esvaziando o salão principal da Sciences Po ontem (3)de maio. Os estudantes protestavam contra a resposta da universidade ao seu apoio à Palestina, com alguns iniciando uma greve de fome. A Sciences Po, uma universidade de prestígio na França, tem laços com a Universidade de Columbia, onde protestos semelhantes ocorreram. Grupos pedem mais diálogo entre os manifestantes, com o presidente da União dos Estudantes Judeus da França apelando para uma resposta menos policial e mais baseada no diálogo.

Índia

Na Universidade Jawaharlal Nehru (JNU) em Nova Deli, protestos em solidariedade aos estudantes de Columbia coincidiram com a visita adiada do embaixador dos EUA na Índia, Eric Garcetti. O sindicato estudantil da JNU declarou que a universidade não dará plataforma a representantes de nações associadas ao genocídio em Israel.

Canadá

Protestos contra a guerra de Israel em Gaza se espalharam pelos campi universitários no Canadá. Na Universidade McGill em Montreal, estudantes pró-Palestina montaram um acampamento exigindo que a faculdade desinvista de empresas ligadas a Israel. Após tentativas de diálogo fracassarem, a universidade recorreu à assistência policial para dispersar os manifestantes. Um juiz da Suprema Corte do Quebeque negou um pedido de liminar para remover os manifestantes do acampamento. Protestos semelhantes ocorreram em outras universidades canadenses, incluindo a Universidade de Toronto e a Universidade da Colúmbia Britânica, conforme relatado pela CBC News.

Líbano

No final de abril, centenas de estudantes no Líbano se reuniram em campi, agitando bandeiras palestinas e pedindo o boicote a empresas que fazem negócios em Israel. Estudantes da Universidade Americana de Beirute protestaram contra a guerra em Gaza, inspirados por movimentos semelhantes nos EUA.