Dólar sobe e supera a marca dos R$ 5 pela primeira vez desde agosto

Essa é a primeira vez que a divisa atinge essa marca desde o último dia 18 de agosto

Na manhã desta quarta-feira, 27 de setembro, o dólar ultrapassou a marca dos R$ 5, atingindo esse patamar pela primeira vez desde 18 de agosto. Por volta das 9h40, a moeda norte-americana registrava um aumento de 0,53%, chegando a R$ 5,01. No entanto, o dólar não havia fechado acima desse valor desde o início de junho. Esse movimento de valorização segue uma tendência de ganhos recentes, que são influenciados pelas preocupações com a possibilidade de os Estados Unidos manterem taxas de juros mais altas por um período prolongado.

Entenda a alta

No dia anterior, o dólar havia subido 0,46%, encerrando o pregão a R$ 4,98, devido a pressões tanto globais quanto domésticas.

A alta do dólar pode ser compreendida sob a perspectiva da economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, que aponta a elevação dos juros dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, conhecidos como treasuries, como o principal fator desse aumento. Além disso, dois outros elementos contribuíram para a aversão ao risco nos mercados: preocupações relacionadas ao aumento dos preços do petróleo devido a problemas envolvendo a Rússia e inquietações quanto à desaceleração da economia chinesa.

Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, também destaca a influência dos títulos do Tesouro dos EUA no aumento do dólar, observando que a moeda norte-americana está se valorizando em relação a outras moedas globais e que o real ainda apresenta uma das menores desvalorizações. O aumento da atratividade dos treasuries para investidores em busca de prêmios mais elevados em ativos de baixo risco contribui para essa valorização do dólar em nível global.

No mercado de commodities, os preços do petróleo registraram uma alta, com o barril do WTI voltando a ultrapassar a marca psicológica dos US$ 90. A expectativa de um aperto na oferta, devido à extensão dos cortes de produção por parte da Arábia Saudita e Rússia, superou as preocupações globais com as altas taxas de juros, que poderiam afetar a demanda.

O contrato do WTI para novembro fechou com um ganho de 0,79%, atingindo US$ 90,39 por barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para dezembro subiu 0,72%, chegando a US$ 93,96 por barril na Intercontinental Exchange (ICE).