JESUS, O LIBERTADOR DA MULHER

Nos Seus passos e ministério sempre estavam presentes mulheres abnegadas, que constituíam apoio e nobreza caracterizando a singularidade superior dos Seus ensinamentos.

Subjugadas pela tradição e relegadas a plano secundário, as mulheres eram objeto de desdém dos homens, que apenas as utilizavam para a reprodução e o abuso.

Sem direitos religiosos, nem qualquer tipo de participação no culto, as doutrinas dominantes tinham-nas em condição subserviente desde as remotas anotações do Pentateuco e das profecias…

Narra o evangelista Lucas (8:2 e 3) que algumas mulheres que haviam sido curadas de Espíritos malignos e de enfermidades, acompanhavam-no e aos doze, dentre as quais, Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios, Joanna, Mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras que os serviam com os seus bens.

Não foram poucos aqueles a quem Ele libertara de Espíritos perversos, a quem restituíra os movimentos, abrira os olhos à luz, descerrara os ouvidos ao som, limpara o corpo das mais diferentes enfermidades, e todos O abandonaram.

Nenhuma voz se ergueu para defendê-lo ou sequer justificá-lo.

As mulheres, no entanto, sem qualquer receio, estiveram na entrada triunfal em Jerusalém como no meio da soldadesca desvairada e do populacho ingrato, seguindo-O com fidelidade.

Sabia Jesus que o sentimento feminino, preparado para a maternidade, não teme sacrifícios nem receia situações penosas, porque é constituído para a renúncia de si mesmo e para a abnegação até o holocausto, havendo-lhe sido confiado o ministério de amar as criaturas desde o momento da sua formação no seio.

Desse modo, investiu na sua sensibilidade e nobreza, conferindo-lhe confiança e concedendo-lhe a dignidade que lhe havia sido retirada pelas paixões subalternas dos legisladores antigos e dos profetas fanáticos.

Deus a todos fez com igualdade, estabelecendo polaridades para o elevado princípio da reprodução, sem qualquer inferioridade, como parte de outrem. O Criador, que concebeu e gerou o Universo, jamais necessitaria de adormecer o homem para extirpar-lhe a costela elaborando a mulher. O processo de vida é o mesmo, organizado molécula a molécula sob a Lei de transformações incessantes e renovações intérminas.

No Seu código de amor, não há lugar para o mal, para a discriminação, para a treva… Tudo são bênçãos edificantes em situações específicas para a finalidade geral da perfeição que está destinada a tudo e a todos.

As mulheres ao lado de Jesus eram as mãos do socorro atendendo os enfermos, as criancinhas aturdidas e rebeldes que lhes eram levadas, providenciando alimentos e roupas, auxílio de todo jaez nas jornadas entre aldeias e cidades, povoados e ajuntamentos.

A multidão sempre O seguia; a massa informe e sofrida, que se comove e se irrita, que segue o rumo e se extravia, que aplaude e apedreja conforme a situação, necessitando sempre de ajuda na retaguarda, colocando equilíbrio e esclarecimento, a fim de acalmar os ânimos e refundir coragem nos desalentados.

Eram as suas vozes meigas e compassivas que tranquilizavam os exasperados antes de chegarem até o Mestre; sua paciência e gentileza que amainava a ira e a rebeldia precedentes ao contato com Ele, constituindo segurança e alívio para as provas que os desesperados carregavam em clima de reparações dolorosas.

Conhecidas já, aos seus afagos recorriam muitas outras mulheres sofridas e amarguradas, que experimentavam o opróbrio e a humilhação doméstica, e às quais confortavam com o seu próprio exemplo e fé.

Jesus as necessitava, nelas depositando esperanças em favor de um mundo novo onde não mais existissem as discriminações nem os preconceitos de qualquer natureza.

Jesus e as mulheres!… E as crianças, e os homens de todos os tempos!

Por isso, Sua mensagem nunca mais desapareceu da humanidade e jamais se apagará da memória dos tempos, até o momento do grande encontro com Ele, além das formas e da transitoriedade do mundo material.

Livro: ATÉ O FIM DOS TEMPOS. Joanna de Ângelis (Espírito). Psicografia Divaldo Pereira Franco. Livraria Espírita Alvorada Editora. 1ª ed. Salvador. BA. 2000.

Manoel Ataídes Pinheiro de Souza. CEAC. Guaraniaçu – PR. manoelataides@gmail.com